Cientistas encontram 50 mutações em vírus da varíola dos macacos
Sequenciamento genético mostrou que vírus em circulação é semelhante ao encontrado no surto da doença em 2018, porém com dezenas de mutações
atualizado
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Cientistas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa), em Portugal, descobriram que o vírus causador da varíola dos macacos em circulação em ao menos 17 países sofreu uma série de mutações desde os surtos anteriores da doença.
O grupo de pesquisa da professora Joana Isidro, do Departamento de Infectologia do Insa, analisou amostras de dez sequenciamentos genômicos de pacientes infectados recentemente.
O atual vírus tem características muito semelhantes à cepa encontrada durante surto de varíola dos macacos em 2018 e 2019, no Reino Unido, Israel e Cingapura. No entanto, ele possui cerca de 50 mutações adicionais.
“Isso é muito mais do que se esperaria, considerando a taxa de substituição estimada para ortopoxvírus (vírus causador da varíola)”, escreveram os pesquisadores em um artigo divulgado em formato de pré-impressão que ainda precisa de revisão de outros especialistas.
Vírus menos agressivo
Em entrevista à agência de notícias Lusa, o o microbiologista João Paulo Gomes, responsável pelo Núcleo de Genômica e Bioinformática do Departamento de Doenças Infecciosas do Insa, acrescentou que esta versão do vírus é menos agressiva do que uma segunda linhagem em circulação na África Central. “Trata-se da forma menos severa do vírus”, afirmou.
Sintomas
O período de incubação do vírus que provoca a doença varia de sete a 21 dias. Os sintomas costumam aparecer após dez ou 14 dias do momento da infecção. Os primeiros sinais são febre, mal estar e dor e, cerca de três dias depois, os pacientes passam a apresentar bolhas por todo o corpo – parecidas com as da catapora, que evoluem para crostas. A doença termina no período entre três e quatro semanas.
Como se pega
A transmissão do vírus que causa a varíola dos macacos entre humanos ocorre, principalmente, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele das pessoas infectadas ou objetos que tenham sido usados pelos pacientes.
No surto dos países europeus, tem se verificado uma prevalência de casos entre homens que fazem sexo com homens. No entanto, até aqui, não há evidências de que a transmissão entre eles tenha sido por via sexual.
Autoridades de saúde alertam para aqueles que apresentarem mudanças incomuns na pele procurem um médico imediatamente.
Tratamento
Normalmente não é necessário realizar tratamento específico, pois os sintomas desaparecerem em algumas semanas. O médico, no entanto, pode indicar o uso de medicamentos que aliviam os sintomas mais rapidamente.
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