Cientistas do MIT criam pílula que injeta insulina direto no estômago
Armada com uma pequena agulha, a cápsula oferecerá uma opção aos pacientes de diabetes tipo 1, que precisam de injeções diárias
atualizado
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Em mais um capítulo da busca dos cientistas por opções viáveis e mais fáceis para repor as necessidades de insulina de pacientes de diabetes tipo 1, pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) criaram uma pílula capaz de entregar a substância por via oral, substituindo as injeções diárias. A descoberta foi publicada nesta semana na revista Science, uma das publicações mais importantes do setor.
A cápsula oca tem uma ponta reta e é feita de açúcar – o formato é ideal para garantir que o objeto se posicione no estômago. Ao se dissolver, a pílula “solta” uma agulha feita de insulina sólida e perfura o órgão, garantindo que a substância seja absorvida pelas paredes e entre na corrente sanguínea. O que sobra da estrutura demora pelo menos uma semana para se movimentar pelo aparelho digestivo e deve ser eliminada facilmente nas fezes, pois é feita de material biodegradável. A invenção só foi testada em ratos e porcos, por enquanto.
“É um design muito inteligente”, comenta a professora Edith Mathiowitz, da Universidade Brown. Mas ela se preocupa com a possibilidade de as pequenas perfurações no estômago serem prejudiciais em longo prazo – bactérias e vírus maléficos poderiam se aproveitar dos espaços para entrar no corpo.
Não é a primeira vez que se cria um medicamento oral para reposição de insulina: os pacientes com diabetes tipo 1 sofrem com a necessidade de injeções diárias e, muitas vezes, acabam abandonando o tratamento. Em 2018, pesquisadores da Universidade de Harvard criaram um comprimido capaz de sobreviver aos ácidos intestinais até encontrar um local ideal para liberar a substância.