Cientistas desenvolvem hidrogel para tratar mal de Parkinson
O gel demonstrou eficácia no combate dos distúrbios de movimento em animais. Testes com humanos podem começar nos próximos cinco anos
atualizado
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Cientistas da Universidade Nacional da Austrália (ANU, na sigla em inglês) estão otimistas com a descoberta de um novo tratamento para o mal de Parkinson. Eles desenvolveram um hidrogel que pode ser usado como uma intervenção única para tratar a doença e outros problemas neurológicos, como derrames.
O estudo, feito em colaboração com o Instituto Florey de Neurociência e Saúde Mental, está na fase pré-clínica, com testes em animais. E se mostrou eficaz no combate dos distúrbios de movimento em ratos. Os pesquisadores acreditam que os testes em humanos possam começar nos próximos cinco anos, assim que o gel se mostrar seguro para ser usado também em pessoas.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o professor David Nisbet, membro da equipe australiana, explicou que o gel feito de aminoácidos pode ser injetado no cérebro para ajudar a reparar os danos do mal de Parkinson.
Quando é sacudido, o hidrogel se transforma em líquido, o que facilita a inserção dele no cérebro dos pacientes. Quando retorna para a forma sólida, ele preenche os espaços vazios de forma irregular, ajudando a transportar as células-tronco de reposição para partes lesadas do cérebro com segurança, segundo contou o pesquisador.
“Previsivelmente, um paciente viria ao hospital apresentando doença de Parkinson e eles precisariam apenas desse tipo de intervenção para potencialmente aliviar muitos de seus sintomas nos próximos anos”, disse Nisbet.
Uma das vantagens apresentadas pelo produto é o preço relativamente mais barato de ser produzido, o que facilitará o acesso aos pacientes em larga escala.
O mal de Parkinson é um distúrbio do sistema nervoso central que afeta o movimento, podendo causar tremores e dificuldade para andar, equilíbrio e coordenação.