Cientistas descobrem que a córnea pode ser resistente ao coronavírus
Apesar de informações iniciais alertarem para infecções pelos olhos, pesquisa identificou dificuldades para o vírus se reproduzir no local
atualizado
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Desde o começo da pandemia de Covid-19, novas informações chegam a cada dia sobre o Sars-CoV-2. Nos primeiros meses da emergência internacional de saúde pública, cientistas alertaram para a possibilidade de contágio pelos olhos, caso o paciente colocasse as mãos contaminadas no local ou recebesse partículas ali.
Porém, uma pesquisa publicada no jornal científico Cell Reports indica que esse entendimento pode estar errado. Cientistas da Washington University, em St. Louis, nos Estados Unidos, acreditam que a córnea pode ser resistente ao coronavírus.
Os resultados são preliminares e o levantamento foi feito com poucas amostras, mas os testes apontaram que, apesar de a córnea ser rica nas proteínas ACE2 usadas pelo coronavírus para invadir as células, ela não é um ambiente favorável para a reprodução do micro-organismo.
Durante a pesquisa, foram testados três vírus na córnea: o da zika, o da herpes simples e o Sars-CoV-2. Os outros dois micro-organismos conseguiram se multiplicar nas 25 córneas doadas analisadas.
“A córnea e a conjuntiva são conhecidas por terem receptores para o novo coronavírus mas, no nosso estudo, descobrimos que o vírus não se replica na córnea”, afirmou Rajendra S.Apte, uma das médicas responsáveis pelo estudo, ao site ScienceAlert. Ainda não se sabe exatamente os motivos pelos quais isso ocorre.
Porém, apesar dos resultados, os pesquisadores lembram que o estudo é pequeno e que outros levantamentos serão necessários para entender melhor o funcionamento da córnea antes que se suspenda o uso dos óculos protetores contra o contágio.