Cientistas descobrem por que pensar demais cansa o cérebro. Entenda
Pesquisa realizada por cientistas franceses afirma que fadiga mental está relacionada ao acúmulo de neurotransmissor no cérebro
atualizado
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Você já se sentiu muito cansado, sem conseguir raciocinar, depois de um longo dia de trabalho ou estudos? Essa sensação e a vontade de chegar em casa para tirar um bom cochilo não estão apenas na sua cabeça. Um estudo publicado na última quinta (11/8) na revista científica Current Biology concluiu que a fadiga mental gera mudanças significativas no metabolismo do cérebro. O cansaço do órgão é caracterizado como uma maior dificuldade para completar tarefas ou manter o foco em atividades.
A pesquisa contou com 40 participantes, sendo que 24 deles passaram por uma rotina de trabalho de seis horas com apenas dois intervalos de dez minutos. Os outros 16 foram expostos a uma tarefa mais simples pelo mesmo período de tempo. Os cientistas observaram um aumento nos níveis de glutamato no cérebro dos que trabalharam mais.
O glutamato é um neurotransmissor excitatório que controla a força dos sinais cerebrais e regula a distribuição deles para os neurônios. A substância também já foi associada à morte das células neurais. Apesar de ser fundamental no combate de doenças como o Alzheimer, o glutamato pode perturbar a função cerebral quando em excesso.
Os voluntários mais cansados mentalmente também ficaram mais propensos a escolher tarefas que geravam menos esforço e menor remuneração financeira. Os participantes que fizeram menos esforço optaram por trabalhos que geravam maior reconhecimento financeiro a longo prazo.
Os cientistas acreditam que o cérebro tenta se proteger do excesso do neurotransmissor dificultando as tarefas cognitivas. De acordo com os pesquisadores, um momento de descanso poderia ser suficiente para equilibrar os níveis da molécula no cérebro, assim como uma boa noite de sono — dormir é um dos momentos conhecidos de limpeza do cérebro.
O estudo é importante pois comprova a ligação entre a fadiga mental e mudanças no metabolismo do cérebro. Para chegar aos resultados, os cientistas utilizaram uma técnica chamada espectroscopia de ressonância magnética para medir os níveis de glutamato no córtex pré-frontal lateral, parte do órgão diretamente ligada à memória do trabalho.
Agora, os pesquisadores pretendem desenvolver estudos voltados para a recuperação de pessoas com exaustão mental. Já se sabe que o descanso ajuda a equilibrar os níveis de glutamato, mas eles também querem entender exatamente como o processo acontece e quanto tempo de descanso ajudaria o cérebro a realizar a limpeza.
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