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Cientistas descobrem molécula que diminui a fome depois do exercício

Já sentiu que após uma atividade intensa não sentimos tanta fome? Pesquisadores americanos conseguiram imitar o efeito em ratos

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Mulher bebendo água após praticar exercícios físicos, contra a luz do sol. Ela é branca e tem rabo de cavalo - Metrópoles
1 de 1 Mulher bebendo água após praticar exercícios físicos, contra a luz do sol. Ela é branca e tem rabo de cavalo - Metrópoles - Foto: Getty Images

Apesar do alto gasto de energia, é comum que, depois de um exercício físico intenso, o atleta não sinta fome. Na busca por alternativas para lidar com a obesidade, pesquisadores da Universidade de Stanford e da Escola de Medicina de Baylor, ambas nos Estados Unidos, conseguiram identificar a molécula responsável por essa queda de apetite — eles acreditam que, no futuro, pode ser criada uma pílula para mimetizar seus efeitos.

A molécula, chamada de lac-phe, é um aminoácido relacionado ao lactato (que causa queimação nos músculos depois do exercício) e a fenilalanina (que ajuda a construir as proteínas). Ela foi identificada em ratos — os cientistas colheram sangue de animais logo após uma corrida na esteira e detectaram altos níveis da substância.

Os pesquisadores administraram a lac-phe em ratinhos obesos e os compararam com animais que receberam um placebo. Os camundongos que tomaram a molécula comeram 50% a menos nas primeiras 12h depois de receber o remédio, mas não houve aumento no movimento, ou no gasto de energia.

Administrando a lac-phe por 10 dias, os ratos comeram 30% menos, perderam peso, e se mostraram mais tolerantes à glicose — porém, o efeito não foi observado em animais que não estavam obesos.

A molécula também está presente em humanos e cavalos. Os cientistas testaram o sangue de voluntários depois de vários tipos de exercício: o efeito é mais pronunciado depois de fazer atletismo e seguido por treinos de resistência (bicicleta, subir escadas). A quantidade de lac-phe depois de exercícios de força, como musculação, por exemplo, foi a menor entre as estudadas.

Em entrevista ao site New Scientist, o pediatra Yong Xu, um dos responsáveis pelo estudo, explica que a ideia é que a comunidade científica use as informações para criar alternativas de medicamentos para tratar a obesidade. “Isso pode levar ao desenvolvimento de uma pílula que suprima o apetite de indivíduos que não podem se exercitar com facilidade por outras condições de saúde”, explica.

Os pesquisadores querem entender agora outros mecanismos que envolvem a lac-phe, inclusive seus efeitos no cérebro. A pesquisa foi publicada na revista científica Nature.

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