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Cientistas descobrem como o cérebro humano reage à luz do sol

Há uma coordenação neuronal para se adaptar às diferentes durações da luz do dia, mudando as células de forma individual ou coletiva

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1 de 1 Mulher tomando sol - Foto: Jared Rice/Divulgação/Unsplash

Mudanças sazonais na quantidade de luz solar que um ser humano recebe podem ter impacto significativo no organismo.  O transtorno afetivo sazonal (TAS), doença relacionada à mudança de tempo (leia mais abaixo), é um exemplo claro disso. O que os cientistas não sabiam, no entanto, era exatamente como o corpo reagia.

Agora, pesquisadores conseguiram ver os efeitos da luz reduzida em neurônios, estudando camundongos, e desvendaram alguns segredos desses mecanismos e possíveis terapias relacionadas. O estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Science Advances.

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Eles observaram neurônios do núcleo supraquiasmático (NSQ), uma espécie de medidor temporal do hipotálamo, que funciona sem pausas. Notaram que há uma coordenação neuronal para se adaptar às diferentes durações da luz do dia, mudando as células tanto individual quanto de forma coletiva.

Como reagimos à falta de luz

A expressão e a mistura de neurotransmissores-chave do NSQ foram alteradas em resposta à quantidade de luz diária, segundo a pesquisa. Essas mudanças podem afetar o funcionamento do núcleo paraventricular (NPV), região cerebral que também fica no hipotálamo e ajuda a lidar com o estresse, sistema imune, crescimento biológico, metabolismo, entre outros. Dessa forma, eles conseguiram encontrar a ligação molecular entre a luz solar e o comportamento do ser vivo estudado.

Tanto nos camundongos quanto nos humanos, a NSQ lida com os ritmos circadianos físicos, mentais e comportamentais do corpo, que funcionam em um padrão de 24 horas. Tudo é controlado por células fotossensíveis na retina, que coletam informações sobre a luz disponível.

Mistério desvendado

Era uma incógnita para a ciência como um pequeno grupo de 20 mil neurônios nesse núcleo específico conseguia responder aos dados coletados sobre a duração do dia. A descoberta é “luz” para ajudar pacientes com TAS, assim como de outras condições clínicas em que luzes são usadas como terapia.

Os pesquisadores também sugerem que os mecanismos descobertos podem influenciar a “memória” de quanta luz do dia devemos esperar à medida que as estações mudam. Desta forma, o estudo feito em camundongos ajudará futuramente no aperfeiçoamento de novas técnicas terapêuticas, como o uso da luz solar para o tratamento de distúrbios neurológicos. Mas a pesquisa ressalta que o estudo deve ser mais aprofundado para confirmar o funcionamento dos mesmos mecanismos em humanos.

Sobre o transtorno afetivo sazonal

O transtorno afetivo sazonal é caracterizado por depressão que ocorre na mesma época do ano, em climas nos quais há menos luz solar em algumas épocas do ano.

Os sintomas incluem fadiga, depressão, desânimo e isolamento social. O tratamento inclui terapia de luz (fototerapia), psicoterapia e medicamentos.

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