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Cientistas da USP descobrem célula que pode proteger contra Parkinson

Resultados de estudo feito com camundongos sugere que as microglias têm função importante para evitar progressão da doença

atualizado

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1 de 1 home idoso segura seu próprio braço com a outra mão para tentar comer uma sopa. ele tem Parkinson - Metrópoles - Foto: Getty Images

Fisiologistas e biomédicos da USP descobriram que há no cérebro um tipo de célula que oferece uma espécie de defesa contra a perda neuronal causada pela doença de Parkinson. O curioso é que a mesma célula era, até então, apontada como uma inimiga do tratamento.

“Esses resultados sugerem um possível caminho para o tratamento da doença no futuro, quando descobrirmos mecanismos para ativar a microglia (um dos tipos de célula do sistema nervoso central) de maneira benéfica”, afirmou a pesquisadora Carolina Parga, primeira autora da pesquisa, ao portal da USP.

Publicada em fevereiro no Journal of Neuroimmunology, a pesquisa mostrou que as microglias são capazes de defender o cérebro tanto da perda de neurônios como das alerações motoras provocadas pelo Parkinson.

Antes se acreditava que a microglia prejudicava o tratamento, pois em testes laboratoriais, quando elas foram bloqueadas por remédios, os sintomas do Parkinson diminuíram.

“A microglia acaba tendo, pelo que vemos, uma função dupla. No começo da doença, ela protege contra a perda neuronal, mas a medida que a doença vai evoluindo, a microglia se transforma em uma inimiga, assim como em outras doenças como o Alzheimer”, disse Luiz Roberto Giorgetti de Britto, coordenador do estudo, ao portal da universidade.

Metodologia

A pesquisa foi feita com camundongos divididos em dois grupos. Ambos receberam injeções aplicadas diretamente no cérebro de uma toxina chamada 6-hidroxidopamina, que simula os sintomas do Parkinson. Um dos grupos, porém, havia tido anteriormente todas as microglias queimadas a partir do uso de substâncias controladas.

Os ratos que não tinham mais as células enfrentaram sintomas muito mais severos de perda de movimentos e de incapacidade de cumprir com funções neuronais. Para os pesquisadores, o estudo abre caminho para mais pesquisas sobre o assunto.

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