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Cientistas criam estratégia para matar superbactéria resistente a remédios

Pesquisa usou vírus que ataca exclusivamente bactérias para eliminar a Acinetobacter baumannii, que causa 20% das internações no mundo

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CDC/Divulgação
Acinetobacter baumannii superbactéria
1 de 1 Acinetobacter baumannii superbactéria - Foto: CDC/Divulgação

Cientistas da Universidade Monash, na Austrália, podem ter encontrado uma forma de vencer a resistência a antibióticos para acabar com uma das superbactérias mais perigosas do mundo, a Acinetobacter baumannii. A bactéria é responsável por até 20% das infecções em unidades de terapia intensiva em todo o planeta. O trabalho foi publicado na revista especializada Nature Microbiology.

Os pesquisadores usaram uma estratégia que envolve o uso de bacteriófagos, também conhecidos como fagos. De acordo com Fernando Gordillo Altamirano, um dos principais autores do estudo, os fagos são vírus, mas só matam bactérias e não podem prejudicar humanos.

No trabalho, Altamirano explica que a Acinetobacter baumannii produz uma cápsula, “uma camada externa viscosa e pegajosa” que a protege e impede a entrada de antibióticos. Os pesquisadores utilizaram fagos que usam esta mesma cápsula como porta de entrada para infectar a célula bacteriana. “Em um esforço para escapar dos fagos, a superbactéria para de produzir sua cápsula. É então que podemos atacá-la com os antibióticos que ela costumava resistir”, detalha.

O estudo mostrou ressensibilização da superbactéria a pelo menos sete antibióticos diferentes. Para os pesquisadores, a descoberta representa uma expansão de recursos para tratar infecções causadas por Acinetobacter baumannii. “Mas esta superbactéria é inteligente e, da mesma forma que se torna resistente aos antibióticos, também rapidamente se torna resistente aos nossos fagos”, ponderou Jeremy Barr, autor sênior da pesquisa.

Mais pesquisas ainda serão necessárias para que a estratégia terapêutica seja efetivamente colocada em prática, mas as perspectivas são animadoras, segundo Gordillo Altamirano. “Os fagos tiveram excelentes efeitos em experimentos com ratos, por isso estamos animados para continuar trabalhando nesta abordagem”, analisou.

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