Cientistas conseguem manter fígado vivo por 3 dias fora do corpo
Procedimento pode aumentar a janela de tempo para transplantes de horas para dias, facilitando o procedimento
atualizado
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Você já deve ter visto nos filmes, ou em alguma série: em transplantes de órgãos, cada segundo que passa no relógio é essencial para que a cirurgia aconteça e o paciente se recupere com saúde.
O tempo normal entre a morte cerebral do doador e o recebimento do órgão pelo receptor é de cerca de 12 horas — além disso, os cristais de gelo que vão sendo formados no sangue começam a danificar os tecidos, tornando o órgão inviável para transplante.
Porém, pesquisadores do Hospital Universitário de Zurich e da Wyss Zurich, ambos na Suíça, conseguiram fazer um fígado sobreviver três dias fora do corpo. Os cientistas usaram uma técnica chamada “ex situ”, quando o órgão fica em um ambiente estéril, onde é mantido a 37°C e recebe vários fluidos, como sangue, nutrientes e hormônios imitando o funcionamento do organismo.
O fígado usado no estudo tinha um tumor, e veio de um paciente que morreu de sepse (infecção bacteriana). Os pesquisadores conseguiram curar o órgão, e ele foi transplantado para um paciente com cirrose que precisava do procedimento com urgência.
Um ano depois da cirurgia, ele segue saudável e o fígado funciona perfeitamente. Segundo os cientistas, os resultados são equivalentes aos de um transplante comum. A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Biotechnology.
“Esse sucesso inicial abre novos horizontes para a pesquisa clínica e promete uma janela de tempo estendida para até 10 dias antes de decidir a viabilidade do órgão a ser doado, transformando uma cirurgia urgente e muito complicada em um procedimento eletivo”, escrevem os pesquisadores no artigo.
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