Cientistas conseguem detectar Parkinson 20 anos antes dos sintomas
Pesquisadores ingleses analisaram pessoas com uma mutação genética que torna quase certo o desenvolvimento da doença
atualizado
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Causada por uma má regulação dos níveis de dopamina, a Doença de Parkinson é uma condição neurológica degenerativa que tem sintomas conhecidos: tremedeiras involuntárias, rigidez dos músculos, depressão e problemas na memória. Tradicionalmente associada a indivíduos idosos, cientistas conseguem, pela primeira vez, detectar os sinais 20 anos antes dos sintomas, de fato, se manifestarem.
Os pesquisadores da King’s College London, na Inglaterra, analisaram o cérebro de 14 pessoas com mutações raras do gene SNCA — esses indivíduos muito provavelmente desenvolverão Parkinson. Os exames foram comparados a outros de 65 pacientes com a doença e 25 saudáveis. A descoberta é que há uma redução gradativa na produção de serotonina no cérebro de quem terá a doença algum dia. A substância regula humor, apetite, movimentos e bem-estar.
De acordo com Marios Politis, principal autor do estudo, a mudança na quantidade de serotonina acontece muito antes da dopamina começar a decair e esse conhecimento pode abrir portas para o desenvolvimento de novas terapias que ataquem a doença muito antes dos sintomas aparecerem.
“A pesquisa encoraja, no entanto, a abordagem de tentar tratar o Parkinson o mais cedo possível, o que é provavelmente a melhor oportunidade de impedir o crescente número de pessoas cujas vidas são destruídas por essa doença hedionda”, afirmou o cientista em entrevista à BBC.