Segundo os cientistas, a nova cepa vem evoluindo nos animais desde o final de 2020. Foi encontrado também um paciente humano infectado com uma versão muito similar ao vírus dos cervos — eles acreditam que esta é uma primeira evidência de uma possível transmissão dos animais para as pessoas.
A pesquisa foi publicada apenas em pré-print, ou seja, ainda não foi revisada pela comunidade científica. Os autores do estudo afirmam que não há evidências que a linhagem do coronavírus encontrada nos cervos esteja se espalhando entre humanos, ou que ofereça risco elevado à população.
Foram colhidas amostras de 300 cervos abatidos por caçadores entre novembro e dezembro de 2021. Cerca de 6% dos animais testou positivo para o coronavírus. Os pesquisadores fizeram o sequenciamento genético de cinco cervos, e encontraram uma gama de mutações inédita.
A nova cepa tem 76 mutações, sendo que algumas destas modificações já tinham sido encontradas em amostras virais recolhidas de cervos, visons e outros animais infectados. A variante tem similaridades com o coronavírus que circulava na população de Michigan, um estado dos EUA que fica próximo, um ano antes.
Não é motivo de preocupação
Dados preliminares mostram ainda que a linhagem não parece ser capaz de fugir de anticorpos de pessoas vacinadas. A preocupação dos cientistas é que o vírus circule entre os cervos por muito tempo, aumentando o risco de evolução e surgimento de novas variantes.
13 imagens
1 de 13
Desde o início da pandemia, dezenas de cepas da Covid-19 surgiram pelo mundo. No entanto, algumas chamam mais atenção de especialistas: as classificadas como de preocupação e as de interesse
Viktor Forgacs/ Unsplash
2 de 13
De acordo com a OMS, variantes consideradas de preocupação são aquelas que possuem aumento da transmissibilidade e da virulência, mudança na apresentação clínica da doença ou diminuição da eficácia de vacinas e terapias disponíveis
Morsa Images/ Getty Images
3 de 13
Já as variantes de interesse apresentam mutações que alteram o fenótipo do vírus e, assim, causam transmissões comunitárias, detectadas em vários países
Peter Dazeley/ Getty Images
4 de 13
Apesar da alta taxa de transmissão, a Ômicron possui sintomas menos agressivos que o coronavírus
Getty Images
5 de 13
Em setembro de 2020, a variante Alfa foi identificada pela primeira vez no Reino Unido. Ela possui alta taxa de transmissão e já foi localizada em mais de 80 países. Apesar de ser considerada como de preocupação, as vacinas em uso são extremamente eficazes contra ela
Aline Massuca/Metrópoles
6 de 13
Com mutações resistentes, a variante Beta também foi classificada como de preocupação pela OMS. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela possui alto poder de transmissão, consegue reinfectar pessoas que se recuperaram da Covid-19, incluindo já vacinadas, e está presente em mais de 90 países
Morsa Images/ Getty Images
7 de 13
A variante Gama foi identificada pela primeira vez no Brasil e também é considerada de preocupação. Ela possui mais de 30 mutações e consegue escapar das respostas imunológicas induzidas por imunizantes. Apesar disso, estudos comprovam que vacinas disponíveis oferecem proteção
NIAID/Flickr
8 de 13
A variante Delta era considerada a mais transmissível antes da Ômicron. Identificada pela primeira vez na Índia, essa variante está presente em mais de 80 países e é classificada pela OMS como de preocupação. Especialistas acreditam que a Delta pode causar sintomas mais severos do que as demais
Fábio Vieira/Metrópoles
9 de 13
Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron também foi classificada pela OMS como de preocupação. Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, número superior ao das demais variantes, é mais resistente às vacinas e se espalha facilidade
Andriy Onufriyenko/ Getty Images
10 de 13
Classificada pela OMS como variante de interesse, a Mu foi identificada pela primeira vez na Colômbia e relatada em ao menos 40 países. Apesar de ter domínio baixo quando comparada às demais cepas, a Mu tem maior prevalência na Colômbia e no Equador
Callista Images/Getty Images
11 de 13
Apesar de apresentar diversas mutações que a tornam mais transmissível, a variante Lambda é menos severa do que a Delta, e é classificada pela OMS como de interesse. Ela foi identificada pela primeira vez no Peru
Josué Damacena/Fiocruz
12 de 13
Localizada nos Estados Unidos, a variante Épsilon é considerada de interesse pela OMS. Isso porque a cepa possui a capacidade de comprometer tanto a proteção adquirida por meio de vacinas quanto a resistência adquirida por meio da infecção pelo vírus
Getty Images
13 de 13
As variantes Zeta, identificada no Brasil; Teta, relatada nas Filipinas; Capa, localizada na índia; Lota, identificada nos Estados Unidos; e Eta não são mais consideradas de interesse pela OMS. Essas cepas fazem parte do grupo de variantes sob monitoramento, que apresentam risco menor
Getty Images
Pesquisas anteriores sugerem que o vírus parece ter sido transmitido de humanos para cervos várias vezes, e os animais se infectaram entre si. Ainda não se sabe como acontece a contaminação — os cientistas não descartam que outro animal possa ter servido como hospedeiro intermediário.
Mesmo com todas as informações, os pesquisadores lembram que não há provas conclusivas de que a pessoa infectada em Ontario tenha pego o vírus dos cervos. Para eles, se a variante estivesse se espalhando ativamente, já teria sido detectada pela vigilância epidemiológica canadense.
Já leu todas as notas e reportagens de Saúde hoje? Clique aqui.
Compartilhar
Quais assuntos você deseja receber?
Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:
1.
Mais opções no Google Chrome
2.
Configurações
3.
Configurações do site
4.
Notificações
5.
Os sites podem pedir para enviar notificações
Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?