Cientistas avaliam se Ozempic está associado a pensamentos suicidas
Estudo feito nos EUA avaliou a recorrência de pensamentos suicidas entre pessoas tratadas com medicamentos com semaglutida, como o Ozempic
atualizado
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Pesquisadores da Case Western Reserve School of Medicine, dos Estados Unidos, afirmam que a semaglutida, o princípio ativo de medicamentos para diabetes tipo 2 e perda de peso como o Ozempic e Wegovy, não está associada ao aumento de pensamentos suicidas.
Para chegar à conclusão, os cientistas analisaram os registros de saúde de aproximadamente 101 milhões de pacientes com diabetes ou obesidade cadastrados em todo o país e selecionaram 2 milhões deles a partir de critérios de inclusão específicos.
Em artigo que teria sido enviado à revista Nature Medicine para a revisão de pares e eventual publicação, eles dizem não ter encontrado provas que apoiam a suspeita.
Polêmica em torno da semaglutida
A semaglutida é um agonista de GLP-1, o hormônio que promove a sensação de saciedade e otimiza a produção de insulina no sangue.
A suspeita que a substância poderia estar relacionada ao aumento de pensamentos suicidas entre os usuários fez com que órgãos internacionais, como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, lançassem investigações sobre os potenciais perigos do medicamento.
A agência norte-americana investiga ainda a possível relação do uso dos medicamentos à base de semaglutida com a queda de cabelo (alopecia).
Os pesquisadores da Case Western Reserve School of Medicine avaliaram duas populações distintas de pacientes: os com diabetes tipo 2 que receberam Ozempic e os com obesidade tratados com Wegovy.
Eles foram acompanhados por seis meses para a avaliação dos casos de ideação suicida e os pensamentos suicidas recorrentes registrados em prontuário de saúde.
“A popularidade explosiva deste medicamento torna imperativo compreender todas as suas complicações potenciais. É importante saber que sugestões anteriores de que a droga poderia desencadear pensamentos suicidas não são confirmadas nesta população muito grande e diversificada dos EUA”, considera a diretora do Instituto Nacional para o Abuso de Drogas Pamela B. Davis, coautora do estudo, em publicação feita no site da Case Western Reserve University em 1º de janeiro.
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