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Cientistas acham moléculas promissoras contra tumor cerebral agressivo

Pacientes com glioblastoma têm taxa de sobrevivência de 10%, e não há medicamentos eficazes. Grupo brasileiro participa da pesquisa

atualizado

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anatomia da cabeça
1 de 1 anatomia da cabeça - Foto: CSA Images/Getty Images

Um grupo de cientistas do Canadá, Brasil e Estados Unidos conseguiu identificar duas moléculas com potencial para tratar a glioblastoma, um tipo de câncer no cérebro muito agressivo – a taxa de sobrevivência para pacientes com o tumor é de menos de 10%. O estudo foi publicado na revista científica Nature Communications.

Este é o primeiro passo para a criação de um remédio efetivo contra o câncer. Os compostos, chamados de GSK591 e LLY-283, inibem a proteína que permite a replicação das células-tronco tumorais, impedindo que o tumor cresça.

“Em condições normais, essa proteína (PRMT5) é muito importante para um processo de controle celular. No glioblastoma, porém, o excesso dessa molécula desregula o processo e favorece o crescimento do tumor. O que esses inibidores fazem é a ligação física na proteína, impedindo que ela atue de maneira desregulada”, explica Felipe Ciamponi, coautor do estudo e doutorando da Unicamp, à Agência Fapesp.

Para chegar aos compostos, foram usadas ferramentas de bioinformática com análise de centenas de milhares de dados. O estudo usou as moléculas em camundongos com tumores derivados de células-tronco de participantes da pesquisa, e elas se mostraram potentes contra o tumor e não-tóxicas. Os animais tratados tiveram sobrevida maior do que os não medicados.

Outro ponto positivo é que elas foram administradas em via oral, e conseguiram penetrar as barreiras que protegem o cérebro de substâncias tóxicas. Esta capacidade é uma das mais importantes na formulação de remédios eficazes.

Os próximos passos da pesquisa devem realizar mais testes para aperfeiçoar o composto, e procurar empresas farmacêuticas para parceria na fabricação de um futuro medicamento. As informações coletadas até agora também estão sendo compartilhadas com outros grupos de pesquisa, para que as moléculas sejam testadas em pessoas com tumor de cérebro.

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