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Cientista de Oxford explica o que falta para lançar vacina ainda em 2020

Sarah Gilbert, que desenvolve candidata à vacina contra coronavírus mais adiantada até aqui, explica que há pelo menos três condicionantes

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Universidade de Oxford
Sarah Gilbert, professora
1 de 1 Sarah Gilbert, professora - Foto: Universidade de Oxford

A professora da Universidade de Oxford Sarah Gilbert afirmou nesta terça (21/7), em entrevista ao programa Today da BBC Radio 4, que acredita que a vacina contra o novo coronavírus desenvolvida em parceria com o laboratório AstraZeneca esteja pronta para distribuição e imunização das pessoas mais vulneráveis ​​até dezembro de 2020.

Sarah lembra, no entanto, que o lançamento da vacina depende dos resultados dos ensaios da fase 3, da capacidade de os fabricantes produzirem grandes quantidades do vírus para a imunização e da aprovação das agências de regulamentação, com a concessão de uma licença de uso emergencial. “Essas três coisas têm que acontecer antes de vermos um grande número de pessoas sendo vacinadas”, disse.

A previsão inicial, quando o estudo começou a ser realizado na Inglaterra, era de que a vacina estivesse pronta em setembro, com distribuição prevista para outubro. No entanto, alguns obstáculos, como a comprovação sobre a segurança e o potencial imunológico, atrasaram a estimativa.

Na segunda-feira (20/7), a revista científica The Lancet publicou os primeiros resultados do estudo desenvolvido pela universidade, comprovando que a candidata a vacina é segura e capaz de induzir resposta imune nas pessoas.

O método de imunização atualmente está com testes clínicos da fase 3 em andamento, com participação de milhares de voluntários. Além do Reino Unido, participam dos estudos África do Sul e Brasil, países onde os registros de novos casos de Covid-19 ainda são bastante altos.

Depois da aplicação da vacina, os pesquisadores precisam aguardar que as pessoas sejam naturalmente infectadas pelo novo coronavírus para comprovar se a imunização foi capaz de protegê-las. Esse é um dos motivos pelo qual os profissionais de saúde, em contato diário com pacientes da Covid-19, costumam ser escolhidos como voluntários.

Líder da pesquisa, Sarah também disse que não são cogitados os chamados “testes de desafio”, nos quais os voluntários são infectados deliberadamente para antecipar os resultados dos estudos. De acordo com ela, o procedimento não é seguro pois não há maneira de garantir a vida daqueles que apresentarem o quadro grave da doença.

“É algo que é feito para vários programas diferentes de desenvolvimento de vacinas para outros vírus respiratórios, como a gripe. Mas, para que isso aconteça, você precisa ter várias coisas em prática e uma delas é ter uma terapia eficaz para as pessoas que você deliberadamente infectou como parte do teste de desafio”, disse.

A resposta veio após um grupo de 100 cientistas assinar uma carta aberta aos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos pedindo que pessoas saudáveis ​​fossem infectadas para acelerar os estudos das vacinas experimentais. (Com informações do Daily Mail)

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