Você sabe por que o seu xixi é amarelo? Ciência explica a cor da urina
Pesquisadores apontam que a descoberta da relação de enzimas na formação da urina pode ser usada para estudos da saúde do organismo
atualizado
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A coloração da urina é estudada pela medicina há séculos e se sabe que tonalidades específicas, muito escuras ou distantes do tom amarelo claro, podem indicar o funcionamento ruim do organismo. Entretanto, a ciência só descobriu agora exatamente o que torna a urina amarela.
Um estudo publicado na revista Nature nesta quarta-feira (3/1) identificou a enzima microbiana responsável por dar à urina sua tonalidade amarela: a bilirrubina reversa. A pesquisa foi feita por químicos, biólogos e médicos da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
“É curioso que um fenômeno biológico cotidiano tenha permanecido inexplicado durante tanto tempo”, comentou, em comunicado à imprensa, o biólogo celular e geneticista Brantley Hall, principal autor do estudo.
Veja vídeo no Instagram do Metrópoles Saúde que mostra o que as diferentes cores da urina revelam sobre a saúde do organismo.
Do sangue à urina. Como funciona o processo?
A bilirrubina já era bem conhecida da ciência. A substância de cor laranja e é produzida pela morte dos glóbulos vermelhos, as células que transportam oxigênio em nosso sangue.
A enzima é descartada pelo organismo mas, se for reabsorvida em excesso, pode levar à icterícia, doença que causa intoxicação do organismo e é conhecida por deixar os olhos amarelos.
Uma parte da bilirrubina, entretanto, é sempre absorvida pelo organismo, a chamada bilirrubina redutase. Os pesquisadores descobriram que alguns micróbios intestinais podem codificar essa enzima e quebrá-la, gerando um subproduto menos tóxico, a urobilina, que é responsável pela cor amarela na urina.
Embora a urobilina já tivesse sido identificada anteriormente, não se sabia como ela era gerada ou a sua associação com a bilirrubina redutase. Para os pesquisadores, o entendimento de todo esse processo poderá ajudar pesquisas de saúde futuras.
“Agora que identificamos o processo de formação da enzima, podemos começar a investigar como as bactérias em nosso intestino afetam os níveis de bilirrubina e problemas de saúde relacionados, como icterícia”, defendeu Hall.
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