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Variação de hormônios do ciclo menstrual se reflete no cérebro

Pela primeira vez, um estudo mostra como as alterações hormonais do ciclo menstrual influenciam também na estrutura do cérebro

atualizado

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Imagem representativa de mulher de vestido vermelho durante ciclo menstrual - Metrópoles
1 de 1 Imagem representativa de mulher de vestido vermelho durante ciclo menstrual - Metrópoles - Foto: Getty Images

As alterações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual provocam uma série de mudanças físicas e no humor das pessoas que menstruam. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, demonstraram em um estudo inédito que os hormônios causam também variações no cérebro.

Os cientistas descobriram que à medida que os hormônios oscilam, os volumes de substância cinzenta e branca do cérebro também mudam, assim como o volume cefalorraquidiano.

A massa cinzenta é a camada mais externa do cérebro, envolvendo o cerebelo, tronco cerebral e a medula espinhal. Ela contém uma alta concentração de corpos celulares neuronais.

Já a substância branca está na parte mais profunda do cérebro. É uma rede gordurosa de fibras neuronais que transfere informações entre regiões da substância cinzenta e envolve os axônios.

“Esses resultados são os primeiros a relatar mudanças simultâneas em todo o cérebro na microestrutura da substância branca e na espessura cortical, coincidindo com os ritmos hormonais impulsionados pelo ciclo menstrual”, contaram os autores da pesquisa em um comunicado à imprensa.

O trabalho foi publicado em versão pré-impressão na plataforma bioRxiv, em 10 de outubro. Ele ainda precisará ser submetidos à avaliação de outros especialistas.

Foto de absorvente com sangue durante ciclo menstrual - Metrópoles
Este é o primeiro estudo sobre o efeito do ciclo menstrual na estrutura do cérebro

Análise do ciclo menstrual

Trinta mulheres participaram do experimento. Elas foram submetidas a exames de ressonância magnética durante as três fases do ciclo – menstruação, ovulação e fase lútea média – e também tiveram os níveis hormonais medidos por exames de sangue.

O objetivo dos pesquisadores era documentar as mudanças estruturais do cérebro à medida que as taxas de hormônios flutuavam.

Alguns dias antes da evolução, quando os hormônios 17β-estradiol e luteinizante aumentam, ocorrem alterações na substância branca. Isso sugere uma transferência mais rápida de informações no cérebro.

O hormônio folículo-estimulante, que aumenta antes da ovulação e ajuda, foi associado à massa cinzenta mais espessa. Já a progesterona, que aumenta após a evolução, é associada ao aumento do tecido e à diminuição do volume do líquido cefalorraquidiano.

O efeito dessas variações ainda é desconhecido, mas os cientistas acreditam que o estudo pode ser a base para pesquisas futuras sobre problemas de saúde mental incomuns relacionados ao período menstrual.

“Embora atualmente não relatemos consequências funcionais ou correlatos de alterações estruturais do cérebro, nossas descobertas podem ter implicações para alterações no comportamento e na cognição causadas por hormônios”, afirmam.

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