Chikungunya: veja os sintomas da doença transmitida pelo Aedes aegypti
A infecção causada pelo vírus chikungunya teve um aumento de 191% de casos no DF em 2024. Prevenção também passa por evitar o mosquito
atualizado
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Além da dengue, o vírus da chikungunya, que também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, está causando uma quantidade de casos da infecção maior do que o esperado nos primeiros meses de 2024.
No DF, entre janeiro e fevereiro, foram registrados 487 casos prováveis da doença, 191% a mais que os 167 computados no mesmo período do ano passado. Nas 10 primeiras semanas de 2024, o Brasil teve 84 mil casos, mais da metade do que foi registrado em todo 2023.
Os sintomas de chikungunya
Em geral, a doença se desenvolve de forma semelhante à dengue, com uma fase aguda de até duas semanas com maior carga viral e mais sintomas.
A principal diferença é o impacto da chikungunya nas articulações. Enquanto a dengue causa dores musculares (distribuídas pelo corpo), a chikungunya se concentra nos pontos de encontro articulatório, como quadris, cotovelos, joelhos e tornozelos.
As dores podem durar semanas ou meses e, na maioria das vezes, a doença causa febre acima de 38,5ºC, além de dor de cabeça e manchas vermelhas na pele. A chikungunya é especialmente perigosa para bebês menores de 1 ano e idosos.
Sendo transmitidas pelo mesmo mosquito, as duas doenças podem acontecer ao mesmo tempo. Em cerca de 2% dos casos, segundo um estudo do Laboratório de Biologia Integrativa da UFMG, as infecções se apresentam em conjunto.
Prevenção e vacina
O Instituto Butantan submeteu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2023 um pedido de registro da primeira vacina do mundo contra a chikungunya. O imunizante foi criado pelo laboratório brasileiro em parceria com a farmacêutica francesa Valneva e já foi aprovado nos Estados Unidos.
A vacina foi indicada para pessoas de 12 a 65 anos e reduziu a zero os casos de hospitalização e morte em imunizados.
A principal forma de prevenção atualmente, porém, ainda é o controle dos vetores, assim como no caso da dengue. Para evitar a reprodução do Aedes aegypti, é importante esvaziar e limpar frequentemente recipientes com água parada, como vasos de plantas, baldes, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, além de descartar adequadamente o lixo.
Risco de letalidade
Segundo dados de 2015 a 2019 do Ministério da Saúde, o coeficiente de letalidade da chikungunya é, em média, de 0,03% — o número é levemente superior ao da dengue.
Ela, porém, apresenta impactos a longo prazo: os óbitos podem acontecer até três meses depois do início dos sintomas e 30% das pessoas apresentam sintomas como dores articulares por períodos superiores a seis meses.
“Muitos desses casos ocorrem em pessoas jovens, que não conseguem mais nem trabalhar. A arbovirose acaba tendo consequências não só na saúde, mas na economia”, aponta a diretora médica do Butantan, Fernanda Boulos.
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