Check-up da saúde dos rins deve começar aos 35 anos, diz pesquisa
Exames de urina são capazes de identificar doença renal crônica antes de complicações aparecerem, o que também reduz custos do tratamento
atualizado
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Médicos da Universidade de Stanford publicaram uma pesquisa incentivando o início do check-up da saúde renal a partir dos 35 anos de idade. Atualmente, o funcionamento do órgão não está incluído em exames periódicos.
Os pesquisadores justificam que os custos para o tratamento seriam reduzidos se as pessoas incluíssem esse tipo de exame mais cedo em sua rotina de saúde, bem como o tratamento dos pacientes poderia ser iniciado antes do comprometimento do órgão.
Segundo o artigo publicado no Annals of Internal Medicine, em maio, iniciar testes para avaliar a possibilidade de doença renal crônica desde os 35 anos diminui as chances de o paciente precisar de diálise ou de um transplante de rim no futuro.
O teste recomendado pelos pesquisadores é o de albuminúria. Também chamado de exame de albumina, ele é feito para avaliar os níveis de circulação dessa proteína no sangue ou na urina. Para doenças renais, o teste inicial costuma ser feito na urina.
O exame serve não só para avaliar o funcionamento dos rins, mas também a qualidade da nutrição e o desempenho do fígado. Pessoas que têm um nível diminuído de albumina podem estar sendo vítimas de insuficiência renal crônica sem haver percebido a doença. A recomendação é para quem está em déficit realizar um acompanhamento geral de saúde para avaliar a origem do problema e tratá-lo antes de eventuais complicações.
“Quanto mais precocemente identificarmos a doença renal crônica, melhor. Conseguimos tratá-la e agir na dieta do paciente. Também conseguimos planejar um calendário de vacinação, reforçando a defesa contra doenças agudas que podem levar a uma progressão da doença”, ressalta a nefrologista Caroline Reigada, que trabalha no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.
O que é a doença renal crônica?
A doença renal crônica surge a partir de múltiplas causas, desde dificuldades de controlar doenças como pressão alta e diabetes até o hábito de fumar. Ela provoca alterações na função renal e, embora evolua de forma assintomática na maior parte do tempo, pode aparecer associada a outras doenças a quadros mais graves que exigirão diálises ou transplantes como tratamento.
“A doença renal crônica geralmente é clinicamente silenciosa até que os pacientes atinjam o estágio avançado. Ao rastrear esse problema de saúde desde cedo, podemos diagnosticá-la e tratá-la em um estágio inicial, reduzindo o risco de progredir para um quadro potencialmente fatal”, explica Caroline.
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