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Cesáreas: menos de 45% dos sites têm informações adequadas

Pesquisadora analisou a qualidade das informações nos sites de referência mais bem colocados em sistemas de busca

atualizado

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Dando um Google na qualidade das informações sobre cesárea, para leigos, no Brasil em 2018“. Esse foi o título da tese de doutorado da pesquisadora Beatriz Fioretti-Foschi, da USP, publicada em março deste ano. O resultado encontrado? Nada positivo.

O trabalho mostra que, cerca de 45% dos principais sites da internet com informações sobre cesárea não têm qualidade adequada. Sabendo que muitas mães usam a internet como principal fonte de informação, a situação é preocupante.

Beatriz descobriu que existe mais conteúdo sobre a solução de problemas pós-cirúrgicos (cerca de um terço das páginas analisadas tratava disso) do que alertas sobre os riscos da cirurgia a curto e longo prazo, como possibilidade de trombose para a mãe e de problemas respiratórios para o bebê.

Em 2018, a pesquisadora analisou as 235 páginas da internet mais bem posicionas em mecanismos de busca como o Google quando a palavra-chave é “cesárea”. Também foram verificadas as 176 melhores colocadas de 2013. Em 2018, 56.6% das páginas foram consideradas de qualidade boa ou excelente, comparadas a apenas 23,3% das de 2013. No entanto menos de 50% do material analisado citava os riscos da cirurgia para o bebê, e menos de 33% indicavam as consequências a longo prazo decorrentes da operação para as mães.

Precisão científica das informações e referência a médicos e especialistas na área foram critérios determinantes para verificar a qualidade do conteúdo.

No Brasil, a maioria dos nascimentos é por cirurgia cesárea (CC), sendo amplamente utilizada no setor privado, mesmo com pesquisas indicando que quando as taxas de CC ultrapassam 10-15%, os riscos adicionais superam os benefícios. A informação sobre benefícios e riscos das intervenções é fundamental para uma assistência segura e efetiva. É considerável o aumento de busca na web durante a gestação, no entanto, a qualidade das informações é questionável”, defendeu Beatriz em sua pesquisa.

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