Cérebro responde positivamente a exercício físico até 2 semanas depois
Estudo mostra que o exercício físico contribui para as conexões entre as sinapses do cérebro
atualizado
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Pesquisadores da Universidade de Aalto, na Finlândia, descobriram que os exercícios físicos agem positivamente no cérebro por, pelo menos, duas semanas após a prática.
A atividade física foi relacionada à melhoria da conectividade das sinapses do cérebro, ou seja, as redes neurais aumentam com a criação de células novas. A conectividade entre as sinapses está relacionada com a nossa capacidade de raciocínio, memória e atenção.
De maneira geral, o estudo mostrou que a atividade cerebral é influenciada pela dinâmica do ambiente, mudanças no estilo de vida e alterações na saúde de curto prazo, como doenças transitórias ou sono agitado.
“Esses resultados refletem uma relação prolongada e sustentada entre fatores externos e processos neurais”, afirmam os pesquisadores no artigo científico publicado na terça-feira (8/10), na revista científica Plos Biology.
Atividade física e saúde do cérebro
O estudo foi realizado com uma mulher saudável de 33 anos, sem histórico de doenças crônicas nem de transtornos psiquiátricos graves ou quaisquer problemas neurológicos. A voluntária contou ser fisicamente ativa, com o hábito de andar de bicicleta regularmente e se exercitar cinco vezes por semana.
A paciente, que não teve o nome divulgado, passou por 133 dias (19 semanas) de coleta de dados no total. Nas primeiras duas semanas foram coletados apenas dados comportamentais por meio de um aplicativo de celular e dispositivos pessoais — incluindo um smart ring (anel inteligente) e um monitor de pulso. A partir da terceira semana, foram adicionados exames de ressonância magnética funcional (fMRI).
As ressonâncias magnéticas mediram a atenção, memória, estado de repouso e os efeitos dos estímulos pela prática de atividade física ao ar livre.
O trabalho se destaca das pesquisas anteriores por combinar dados de dispositivos pessoais com imagens de fMRI. Assim, os pesquisadores conseguiram fazer uma análise mais detalhada da interação entre o cérebro e o comportamento da voluntária.
Os resultados sugerem que fatores comportamentais, fisiológicos e de estilo de vida se correlacionam com a conectividade cerebral em diferentes escalas de tempo, tanto no curto prazo (em menos de sete dias) quanto no longo prazo (em duas semanas).
“A integração da atividade cerebral, dados fisiológicos e sinais ambientais apoiará cuidados de saúde de precisão e futuras pesquisas em neurociência ambiental”, afirmou a pesquisadora Ana Triana, principal autora do estudo.
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