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Pesquisa descobre como o cérebro divide o dia em capítulos

Cientistas dos Estados Unidos tentaram entender mecanismos que fazem o cérebro armazenar memórias em forma de capítulos

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Você já percebeu que suas lembranças sobre um dia cotidiano são fragmentadas, seja pelo cenário em que você estava em dado momento ou sobre a tarefa ou o tema com os quais estava lidando?

Os pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, estavam interessados em descobrir como essa divisão em capítulos é feita no cérebro e, para tanto, criaram um experimento engenhoso.

Liderada pelos cientistas Christopher Baldassano e Alexandra de Soares, a pesquisa buscou entender como acontece a separação entre os capítulos, como os eventos são armazenados.

Uma das hipóteses era que o cenário fosse o mais importante – ao mudar de cenário, você entraria imediatamente em outro capítulo de suas memórias. Outra possibilidade era que as experiências passadas moldassem como os acontecimentos seriam armazenados e, nesses casos, as mudanças de ambiente não seriam tão importantes.

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É importante que o cuidado com a memória seja diário. Por isso, antes de dormir, tente recordar das atividades que fez ao longo do dia
Pratique exercícios específicos para a memória, como jogos com palavras, sudoku, 7 erros, caça-palavras, dominó, palavras cruzadas ou montar um quebra-cabeças
Consuma alimentos ricos em ômega 3, como sardinha, atum, salmão, chia, linhaça, castanhas, nozes e azeite de oliva. Eles contêm nutrientes que facilitam a memorização e evitam o esquecimento
Utilizar a mão não dominante para realizar atividades como escrever, escovar os dentes, folhear um livro ou abrir uma porta, por exemplo, também pode ajudar na memória
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Manter o cérebro ativo com atividades estimulantes é uma das principais estratégias que colaboram com a memória. Veja dicas do que fazer!

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Tente ler um livro ou assistir a um filme e depois contar para alguém. Isso vai estimular a concentração e a memória

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Como o cérebro organiza as memórias

Para esmiuçar o assunto, os pesquisadores desenvolveram 16 narrativas de áudio, cada uma com cerca de três a quatro minutos de duração. As narrativas se passavam em quatro locais distintos – um restaurante, um aeroporto, um supermercado e uma sala de aula -, e tinham quatro contextos – um término, uma proposta, um acordo comercial e um encontro fofo.

Após os testes com os voluntários, os pesquisadores entenderam que a maneira como o cérebro organiza as experiências depende do foco da pessoa no momento, o que determina a divisão em partes compreensíveis e aquilo em que o sujeito está realmente interessado. E indivíduos atentos podem, inclusive, criar mais de um capítulo sobre o mesmo episódio.

“Desafiamos a teoria de que mudanças repentinas na atividade cerebral quando começamos um novo capítulo do nosso dia são causadas apenas por estímulos externos — que o cérebro não está realmente “fazendo” nada interessante quando cria novos capítulos, que está apenas respondendo passivamente a mudanças sensoriais”, afirmou Baldassano, em comunicado de imprensa publicado na página da Universidade de Columbia.

“Nossa pesquisa descobriu que não é esse o caso: o cérebro está, de fato, organizando ativamente nossas experiências de vida em pedaços que são significativos para nós” completou o especialista.

Como os cientistas perceberam isso

Com exames de ressonância magnética, os especialistas conseguiram monitorar a atividade cerebral dos voluntários enquanto eles estavam organizando as histórias que ouviam em capítulos. Também pediram que eles sinalizassem apertando um botão quando achavam que uma nova parte da história estava começando.

Os cientistas descobriram que, dependendo da perspectiva que os participantes eram solicitados a adotar, o cérebro dividia a história de forma diferente. Por exemplo, uma pessoa que ouve uma história de término de relacionamento em um aeroporto pode registrar um novo capítulo ao passar pela segurança ou chegar ao portão, se for solicitada a se concentrar em detalhes específicos do local.

Mas, se a atenção dela fosse direcionada para o lado emocional do rompimento, o cérebro registraria novos capítulos segundo o desenrolar do relacionamento. Da mesma forma, em uma história sobre um negócio acontecendo em um supermercado, os participantes podiam se concentrar nas etapas do negócio ou no roteiro de compras.

A expectativa dos pesquisadores é contribuir para o fascinante campo do estudo sobre o armazenamento de memórias. A pesquisa foi publicada na revista Current Biology em 3 de outubro.

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