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Como é o cérebro de um atleta olímpico? Ciência aponta diferenças

Não são só limites físicos que os atletas olímpicos parecem quebrar: a ciência acredita que o condicionamento deles pode começar no cérebro

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1 de 1 olimpíadas jogos olímpicos uniforme brasil - metrópoles - atleta olimpico - Foto: Riachuelo/Divulgação

Existem esportistas com os mais diferentes corpos e habilidades, mas parece haver algo que une todo atleta olímpico: o cérebro. A ciência acredita que boa parte dos desempenhos extraordinários que vemos durante os jogos de Paris 2024 possa ter origem não na resistência corporal, mas sim na cognição.

Um estudo de 2019, publicado na Sports Health, por exemplo, aponta que os atletas parecem ter uma capacidade de organização da atenção melhor do que a de pessoas comuns. Em meio a contextos de alta pressão, como o barulho das arenas nas disputas das Olimpíadas, a elite do esporte parece ser capaz de se concentrar só nos fatores que são essenciais para o seu sucesso.

A análise foi feita por cientistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, que analisaram a reação de pessoas a estímulos sonoros. A pesquisa indicou que os atletas eram melhores em ignorar os barulhos e se concentrar nos sons que deviam ser os objetivos de atenção.

Já uma pesquisa de 2018, divulgada no Journal of Sport and Exercise Psychology, indicou que entre os tenistas a capacidade de concentrar o olhar era muito maior que em pessoas comuns, com uma capacidade de manter o foco em grande parte do tempo.

Bia haddad tenista
Tenistas, como a brasileria Bia Haddad Maia, parecem mais capazes de concentrar o olhar que pessoas comuns

Em uma investigação de 2015, cientistas alemães avaliaram o cérebro de lançadores de dardos e descobriram que eles tinham a área que controla os movimentos do corpo mais desenvolvidas. Neles, os circuitos córtico-estriatais eram significativamente maiores do que nas pessoas comuns.

A análise, feita por pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, mostrou que o cérebro dos atletas tinha mais massa cinzenta, ou seja, era mais desenvolvido no estriado e no tálamo, áreas relacionadas ao movimento.

Um atleta olímpico tem, então, um “superpoder”?

Apesar das habilidades extraordinárias que os atletas demonstram, tanto na musculatura quanto na concentração, isso não quer dizer que o cérebro deles nasce pronto para o esporte. As pesquisas mostram que as habilidades parecem mais um fruto das exigências e das circunstâncias esportivas às quais os atletas estão submetidos.

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