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Anvisa: 23% dos alimentos têm mais agrotóxico do que o permitido

Anvisa analisou 270 agrotóxicos em 4.616 amostras de frutas, legumes e cereais. Em 0,89% delas, foi detectado risco agudo

atualizado

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1 de 1 agrotóxico - Foto: ISTOCK

Uma análise feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelou que 23% dos alimentos produzidos entre 2017 e 2018 continham níveis de resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibido. Os resultados fazem parte do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos (PARA) e foram divulgados nesta terça-feira (10/12/2019).

Das 23% amostras nas quais foram vistas inconformidades, 17,3% tinham resíduos de ingredientes ativos não permitidos para a cultura agrícola específica e 2,3% tinham ingredientes ativos acima do limite permitido. Cerca de 0,5% apresentou ingredientes ativos proibidos no país, enquanto 2,9% tiveram mais de um tipo de inconformidade.

Em 2016, o PARA revelou que das 12.051 amostras analisadas entre 2013 e 2015, 19,7% foram consideradas insatisfatórias. A metodologia usada em 2016 e na análise divulgada hoje, contudo, foi diferente, o que impede a comparação dos resultados.

Na análise mais recente, a Anvisa avaliou 4.616 amostras de 14 tipos de legumes, cereais e frutas encontrados em supermercados de 77 municípios em todo o Brasil – exceto no Paraná, que optou por não fazer parte do programa a partir de 2016.

A Anvisa analisou a presença de 270 agrotóxicos em amostras de ingredientes que representam cerca de 30% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira – entre eles, abacaxi, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura, chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva.

Além da presença de agrotóxicos, a agência verificou o risco à saúde de acordo com dois critérios: agudo (para consumo esporádico) e crônico (consumo prolongado). Cerca de 0,89% das amostras apresentaram potencial de risco agudo. O agrotóxico carbofurano, proibido desde abril de 2018, foi o principal responsável por esse tipo de risco.

O risco agudo envolve reações como dor de cabeça e náuseas após o consumo de uma grande porção de um alimento com nível elevado de resíduo de agrotóxico em um período de 24 horas. Laranja, goiaba e uva apresentaram os maiores percentuais nocivos.

Nenhum agrotóxico apresentou potencial de risco crônico para o consumidor. Foi a primeira vez que o PARA considerou esse tipo de dano. Nesse caso, foram considerados os dados de mais de 15 mil amostras de 28 alimentos, coletadas no período de 2013 a 2018.

De acordo com Bruno Rios, diretor adjunto da Anvisa, as taxas estão dentro do esperado. Por isso, o principal foco da agência não estaria na dieta dos brasileiros, mas no risco ocupacional daquelas pessoas que aplicam os agrotóxicos no campo.

Ainda assim, a recomendação é optar por alimentos cuja procedência seja informada. Lavar os alimentos com uma bucha específica para essa finalidade, para retirar qualquer resíduo que porventura esteja na casca desses alimentos, também é indicado.

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