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Centenárias: mulheres contam segredos para chegar aos 100 anos

Duas moradoras do DF que já superaram a expectativa de vida brasileira elencam suas razões para a longevidade

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Eunice Mendes/ Imagem cedida ao Metrópoles
Imagem colorida: idosa celebra 106 anos
1 de 1 Imagem colorida: idosa celebra 106 anos - Foto: Eunice Mendes/ Imagem cedida ao Metrópoles

Quando Helena Nasciutti de Medeiros nasceu, em 1923, a expectativa de vida no Brasil era de apenas 34,5 anos. Um século depois, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que os brasileiros vivem, em média, até os 77 anos. Dona Helena já superou as duas estatísticas e se prepara para completar 100 anos em setembro deste ano.

“Até os 90 anos, fui levando sem dar muita importância para a idade. Depois percebi que estava caminhando para os 100 anos. Hoje, me admiro de como cheguei até aqui”, conta a mineira de Araguari.

Helena planeja uma festa com a presença de família e amigos que cultivou ao longo das seis décadas em que mora em Brasília. “Quero uma festa simples, mas para ficar na recordação. Ainda estamos decidindo os detalhes, gostaria de ir a uma missa e depois fazer um jantar’, planeja.

 

Fé e geleia de mocotó

Dona Helena se orgulha ao dizer que chegou aos 99 anos sem fazer nenhum procedimento estético e atribui a boa saúde à fé em Deus e à receita da família de geleia de mocotó. “Os médicos me perguntam qual é o segredo. É o mocotó!”, brinca.

“Minha mãe cozinhava o mocotó para fazer a carne, e a gente comia a geleia com salada. Aquele nervo forte, bonito, branquinho, ficava a noite inteira cozinhando”, recorda.

Além da espiritualidade e da alimentação reforçada, a vida social também parece ser um fator para explicar a longevidade de Helena. Ela aproveitou bastante a vida na juventude, com viagens com o marido e os quatro filhos. Na igreja, encontrou amigas com quem rezava o terço e dividia histórias. Hoje não abre mão da missa e do passeio no shopping no fim de semana. “No sábado ou domingo, uma das minhas filhas me leva ao shopping, onde passeio um pouquinho, vejo as vitrines e tomo um chocolate quente”, conta.

Vó Pifa

Epifânia Maria de Jesus Mendes (foto em destaque), ou dona Pifa, como é carinhosamente chamada, completou 106 anos de vida em 7 de abril, esbanjando alegria e vontade de viver.

“O segredo é ser de bem com a vida, amar, curtir. Se Deus quiser, ainda vou viver muito mais”, conta.

Pifa saiu de Correntina, na Bahia, para tentar a vida no Centro-Oeste com a família. Hoje ela mora em Sobradinho, no Distrito Federal, com a filha Eunice Mendes. Ao longo dos anos, viu o nascimento de 14 filhos, 39 netos, 44 bisnetos e dez tataranetos e se tornou a referência de todos eles.

Dona Pifa não frequentou academia ou fez esportes, mas o trabalho duro na roça fizeram dela uma mulher ativa, com corpo forte. No prato nunca faltou o básico: “Sempre tive alimentação normal, com arroz, carne ou frango.”

No tempo livre, ela dançou muito forró nas festas da família e amigos e surpreendeu a todos quando decidiu fazer a primeira tatuagem aos 90 anos. Desde então, foram mais quatro – aos 91, 101 e 105 anos.

 

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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente
De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias
Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como a musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga são indicadas para fortalecer ossos e músculos
Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, auxilia no aumento da energia, e melhora o humor e o sono
Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por, ao menos, meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes
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Exercícios que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, exercitar-se ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida e envelhecer melhor

Mike Harrington/ Getty Images
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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente

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De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias

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Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como a musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga são indicadas para fortalecer ossos e músculos

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Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, auxilia no aumento da energia, e melhora o humor e o sono

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Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por, ao menos, meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes

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A massa muscular e óssea do corpo humano atinge o pico antes dos 30 anos. A partir dessa idade, começa um decaimento natural, ou seja, indivíduos que começam a se exercitar na juventude terão aumento da força óssea e muscular ao longo da vida

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Pessoas que se exercitam depois dos 30 anos reduzem a queda natural do corpo, conseguem preservar a força óssea e muscular e vivem muito melhor

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Segredos da longevidade

A médica Priscilla Mussi, coordenadora da Geriatria do Hospital Santa Lúcia, afirma que evitar o estresse e os excessos ao longo da vida, bem como seguir uma alimentação saudável e ter amigos são essenciais para garantir a longevidade.

“Os hábitos saudáveis fazem com que as pessoas envelheçam com melhor qualidade de vida. O que você planta agora, é o que vai colher quando for mais velho”, afirma Priscilla.

No rede de hospitais Santa, há um programa multidisciplinar de atendimento para as pessoas com mais de 60 anos chamado de Cuidar+ Idoso. Atualmente, 20 mil pessoas na terceira idade são atendidas.

Gerente do programa, o médico Rafael Carvalho sugere que ter um propósito de vida deve ser acrescentado à lista de fatores que garantem uma existência mais longa. “É importante não viver para trabalhar apenas, mas ter hábitos que agreguem valor à vida”, afirma.

Veja alguns hábitos que já foram relacionados pela ciência como essenciais para uma vida longa:

Boa alimentação
A dieta mediterrânea é a mais estudada e com maiores benefícios para a longevidade. Ela inclui uma variedade de legumes, verduras, pouco carboidrato complexo e pouca vermelha.

Atividade física regular
Engana-se que acredita que praticar atividades físicas é pura vaidade. A musculação e os esportes fortalecem a musculatura e proporcionam um envelhecimento mais saudável, com autonomia e menores chances de lesões.

Qualidade do sono
O sono restaurador é essencial para regular os hormônios, as funções do organismo e proteção contra doenças respiratórias.

Baixo nível de estresse
Embora seja irreal falar em “não ter estresse”, é importante tentar entender a causa do estresse e até onde pode ser resolvida ou não. “A política mundial é um assunto que não pode ser resolvido pela maioria das pessoas, mas um problema no trabalho, sim. É muito importante entender as causas para não criar uma cabeça ansiosa e um corpo exausto”, explica a médica Priscilla.

Vida social
Ter uma rede de amigos com quem possa conversar faz diferença para o processo de envelhecimento. “A pessoa que é muito fechada, quando envelhece, fica mais sozinha e isso acaba trazendo tristeza e depressão. Por outro lado, a que é amiga de todo mundo do trabalho, envolvida no grupo da igreja, geralmente tem um envelhecimento melhor”, explica.

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