1 de 1 Estudo inédito mostra como células-tronco contribuem para o cabelo ficar branco
- Foto: Dan Kenyon/Getty Images
Um novo estudo publicado por cientistas da Universidade de Nova York (NYU) no final de abril mostrou, pela primeira vez, como a ação de células-tronco que ficam “presas” no folículo capilar pode estar relacionada ao surgimento do cabelo branco.
Os pesquisadores verificaram que alguns tipos de células-tronco melanocíticas têm uma capacidade única de se locomover entre as camadas de células que formam o folículo, mas ficam presas em uma região específica com o passar do tempo. Isso faz com que os melanócitos, células que fabricam os pigmentos responsáveis pela cor do cabelo, deixem de produzi-los. Com isso, o cabelo continua crescendo, mas sem cor.
A pesquisa é considerada um avanço importante porque, além de trazer cor ao cabelo, os melanócitos também estão relacionados ao surgimento de melanomas, um dos tipos de câncer de pele mais agressivos que existem.
“A ciência ainda não sabia dessa capacidade de locomoção das células-tronco melanocíticas pelas camadas do folículo, então, o achado desta nova pesquisa é muito importante, inclusive para pesquisas futuras sobre melanoma, que é o tipo de câncer de pele mais agressivo”, explica a médica Aline Blanco, dermatologista especializada em distúrbios capilares.
Como surge o cabelo branco?
O cabelo nasce no bulbo capilar, uma estrutura na raiz do pelo onde existem células-tronco, ou seja, células que não cumprem nenhuma função específica. Durante o crescimento, essas células-tronco passam por um processo chamado diferenciação e se tornam células específicas. Uma dessas categorias específicas é a dos melanócitos, que são as células responsáveis pela cor do pelo.
O novo estudo aponta que, além da capacidade de se transformar em melanócitos, estas células também têm uma capacidade rara no corpo humano de voltar ao estágio de células-tronco. “Mas, com o envelhecimento, elas perdem a habilidade de fazer o caminho contrário, e não conseguem mais voltar a produzir cor”, explica a dermatologista.
“O estudo mostra que é a perda dessa função ‘camaleônica’ nas células-tronco dos melanócitos que pode ser responsável pela perda da cor do cabelo. Essas descobertas sugerem que a mobilidade das células-tronco dos melanócitos e a diferenciação reversível são essenciais para manter o cabelo saudável e colorido”, explica Mayumi Ito, professora na NYU Langone Health e co-autora do artigo.
Feito a partir de uma análise in vitro de células de camundongos, o estudo abre caminho para que pesquisas similares com humanos sejam feitas no futuro. De acordo com Qi Sun, pós-doutorando na NYU Langone Health e principal autor da publicação, as descobertas levantam uma forte possibilidade de que o mecanismo descoberto possa se repetir em humanos.
“Se for o caso, este estudo apresenta um caminho potencial para reverter ou prevenir o envelhecimento do cabelo humano, ajudando as células aprisionadas a se moverem novamente pelo folículo”, explica Sun.
Como ficamos com cabelo branco?
A cor do cabelo é determinada pela combinação de dois tipos de melanina. Esse pigmento é fabricado pelos melanócitos, células que ficam no folículo capilar. A mistura dos dois pigmentos, em diferentes proporções, é o que garante a variedade de cores de cabelo que existe no mundo. Quando os melanócitos não produzem mais pigmento, mas as outras células do folículo capilar continuam seu ciclo, os fios continuam crescendo, mas de cabelo branco.
Ainda não se sabe, exatamente, por que algumas pessoas ficam grisalhas mais cedo que outras. O aparecimento do cabelo branco é influenciado por uma série de fatores, mas ainda não é um fenômeno completamente conhecido pelos cientistas, explica a dermatologista Sylvia Ypiranga, do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.
“Os cientistas ainda vão focar em entender a questão genética, quais são os fatores que fazem o melanócito parar de produzir pigmento, mas nós já sabemos que existem fatores como exposição à poluição ou à radiação ultravioleta B que podem interferir no funcionamento celular e antecipar ou retardar essa produção”, explica Ypiranga.
Embora fatores genéticos e ambientais possam explicar a variação, o mecanismo que faz com que os melanócitos parem de produzir pigmento enquanto o cabelo continua crescendo ainda é cercado de mistérios. Um dos principais fatores, é claro, é a predisposição genética.
Assim como a herança genética é capaz de determinar a cor do cabelo de uma pessoa, ela também determina por quanto tempo as células no folículo vão produzir pigmento, evitando que o cabelo fique grisalho.
A dermatologista Aline Blanco explica que esse tempo não é, necessariamente, vinculado à idade da pessoa. Por isso, é comum vermos pessoas com cabelo branco antes dos 30 e outras que não desenvolvem fios grisalhos nem após os 60 anos de idade.
“A genética vai determinar não só a cor, mas também por quanto tempo o melanócito vai produzir a melanina. Porém, em cima disso, entram vários fatores externos que podem acelerar esse processo”, afirma Blanco.
A médica explica que estresse, sono irregular, alimentação ruim e sedentarismo levam ao envelhecimento precoce e ao acúmulo de radicais livres no organismo, e podem induzir o aparecimento do cabelo branco mais cedo.
Fonte: Agência Einstein
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Alopecia é uma condição caracterizada pela queda exagerada dos fios de cabelo. Pode acometer homens e mulheres em todas as idades e tem como principal indicativo a perda de mais de 100 fios por dia
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O aumento da quantidade de fios deixados no travesseiro e percepção de queda abrupta dos cabelos durante o banho ou ao penteá-los são alguns dos primeiros sinais. Além disso, a falta de cabelo ou a presença de poucos fios em certas regiões do couro cabeludo também podem indicar alopecia
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Entre as causas para o desenvolvimento do problema estão: doenças como hipotireoidismo e hipertireoidismo, lúpus eritematoso sistêmico, líquen plano, sífilis secundária e uso de certos medicamentos
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Além disso, reação hormonal no pós-parto, deficiência de ferro, zinco, biotina e proteína, uso de produtos químicos perigosos, micose no couro cabeludo ou até mesmo estresse podem desencadear a condição
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A alopecia pode ser classificada como areata, androgenética, traumática, seborreica e eflúvio.
Giuseppe Elio Cammarata/ Getty Images
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A alopecia traumática pode ser causada por traumatismo na cabeça ou pelo hábito frequente de arrancar os fios de cabelo. A seborreica é causada por uma dermatite, que pode ser tratada com o uso de medicamentos
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Já a alopecia eflúvio é caracterizada pela queda natural de cabelos. Contudo, nesta condição, a queda dos fios é acentuada e duradoura
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Ao apresentar queda fora do comum é importante consultar um dermatologista. Quanto antes a condição for identificada, mais eficiente será o tratamento
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Em casos mais graves e com diagnóstico tardio, algumas opções terapêuticas específicas podem ser indicadas, tais como: uso de medicamentos orais ou tópicos que favoreçam o crescimento dos cabelos e previnam a queda
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Já nos casos mais leves, o especialista pode indicar suplementação alimentar ou a utilização de produtos cosméticos em loção ou ampolas, que também favorecem o crescimento dos fios
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