1 de 1 Imagem mostra médico em frente a paciente - Metrópoles
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Pela primeira vez, pesquisadores classificaram os sintomas da Covid longa. O problema afeta ao menos 100 milhões de pessoas no mundo que já se recuperaram da infecção mas seguem apresentando algum desconforto físico ou mental relacionado a ela.
O trabalho foi feito por cientistas do King’s College de Londres, no Reino Unido, e pode otimizar o tratamento e ajudar na recuperação de pacientes. Os cientistas classificaram os sintomas da Covid longa em três categorias: neurológicos, respiratórios e persistentes.
A delimitação foi feita de acordo com relatos de pacientes feitos no aplicativo Zoe Covid. A ferramenta é usada desde o início da pandemia no Reino Unido para monitorar os sintomas dos pacientes da Covid-19.
Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada
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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo
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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia
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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa
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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns
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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%
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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade
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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar
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Sintomas neurológicos
A maior parte dos pacientes relatou sintomas relacionados ao sistema neurológico. Eles incluem fadiga, dificuldades de concentração, perda de memória, névoa cerebral e dores de cabeça, por exemplo. Esses foram mais prevalentes durante as ondas das variantes Alfa e Delta do coronavírus.
Sintomas respiratórios
No segundo grupo entram sintomas ligados ao sistema respiratório, como falta de ar grave e persistente, tosse contínua e dores no peito. Esses foram mais comuns semanas após a infecção com a cepa original vírus, durante a primeira onda da pandemia.
Sintomas persistentes
Nesta categoria entram os demais sintomas, aqueles que não se encaixam como neurológicos ou respiratórios, como alterações no cabelo e na pele, palpitações no coração e dores musculares.
“Esses dados enfatizam a necessidade de os serviços médicos para Covid longa incorporarem uma abordagem personalizada e sensível às questões de cada indivíduo”, disse a professora do Departamento de Genética e Epidemiologia da universidade, Claire Steves, em comunicado à imprensa.
Os pesquisadores observaram que, embora alguns sintomas da Covid longa tenham sido mais prevalentes durante determinadas ondas da pandemia, as diferenças no perfil da doença podem estar relacionadas a fatores como o início da vacinação e a disponibilidade de tratamentos.
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