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Caso Henry: médicos pedem atenção para sinais de violência na família

Ciclo de violência deve ser interrompido o mais rápido possível para evitar tragédias como a que aconteceu no Rio de Janeiro

atualizado

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Reprodução/ redes sociais
Henry Borel Medeiros
1 de 1 Henry Borel Medeiros - Foto: Reprodução/ redes sociais

Com a repercussão do caso do menino Henry Borel, a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (Sbop) publicou uma nota para alertar profissionais de saúde, professores e pessoas próximas às crianças sobre sinais de violência familiar.

Os médicos explicam que vítimas de trauma costumam apresentar alterações emocionais, dificuldade para dormir, lesões inexplicáveis, hematomas, fraturas, queimaduras e outros machucados.

“Todos os casos, mesmo quando há apenas suspeita, devem ser notificados ao conselho tutelar”, explica a ortopedista pediátrica Mariana Ferrer, que participa da diretoria da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Ortopedia do DF.

Segundo a especialista, para conter a violência dentro de casa, é importante que pessoas com contato frequente com a criança estejam atentas a mudanças de comportamento ou a sentimentos negativos direcionados para uma pessoa específica. “Os casos de violência contra criança ainda são subnotificados. Toda sociedade deve atuar na prevenção de tragédias como a que, infelizmente, vitimou o menino Henry”, afirma Mariana.

Ela lembra que o ciclo de maus-tratos e violência à criança precisa ser interrompido o mais rápido possível para que se iniciem as ações de cuidado e proteção.

Sociedade Brasileira de Pediatria
Em alerta semelhante, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que são registradas, diariamente, uma média de 243 agressões de diferentes tipos contra crianças e adolescentes. Só em 2019, foram 88.572 notificações, sendo que 60% das ocorrências aconteceu dentro de casa e teve, como autores, pessoas do círculo familiar.

Do total de casos notificados, 71% foram de violência física, 27% de violência psicológica e 3%, de tortura. Não foram considerados no levantamento da SBP casos de assédio sexual, trabalho infantil e outros tipos de agressão.

Apesar de os números serem altos, a subnotificação ainda é grande e a quantidade real de crianças e adolescentes vítimas de agressão é maior. “Esses números são apenas a ponta de um enorme iceberg. A subnotificação é uma realidade, ou seja, o total de casos que não chega ao atendimento médico nem ao conhecimento das autoridades, é significativa”, explica o presidente do Departamento Científico de Segurança da SBP, Marco Antônio Chaves Gama.

“O recente caso do menino Henry Borel traz, em si, a indignação de toda a sociedade brasileira, sobretudo dos pediatras, que, diariamente, se deparam em seus consultórios com os mais diversos desrespeitos e afrontas à integridade física, psicológica e moral das crianças e adolescentes”, diz a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva.

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