Caso Françoise Forton: médica explica o que é câncer de colo do útero
Janeiro é o mês de conscientização do câncer de colo do útero, doença que pode ser curada com o diagnóstico precoce e tratamento adequado
atualizado
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No último domingo (16/1), a atriz Françoise Forton morreu, aos 64 anos, vítima de complicações de um câncer de colo do útero. Ela foi diagnosticada pela primeira vez em 1989, passou por vários tratamentos, mas não resistiu ao retorno do tumor.
Janeiro é justamente o mês de conscientização e prevenção do câncer de colo do útero. Com o diagnóstico precoce e um tratamento adequado, a doença pode ser curada. Este tipo de tumor é o quarto mais comum entre as mulheres em todo o mundo.
Em uma fase inicial, o câncer de colo uterino não apresenta sintomas. Por isso, é essencial que as mulheres busquem exames ginecológicos frequentes com coleta de material citológico. A oncologista da Oncoclínicas Brasília, Claudia Ottaiano, recomenda que as pacientes procurem um serviço de oncologia imediatamente caso seja confirmado o câncer.
“Em casos mais iniciais, de lesões precursoras do câncer, o tratamento pode ser feito em nível ambulatorial”, destaca a especialista. Ela comenta que, em casos graves da doença, os médicos buscam entender se o tumor prejudica a bexiga e o reto, ou mesmo se houve disseminação para outros órgãos.
Sintomas
Os sintomas mais comuns do câncer de colo do útero são sangramentos menstruais irregulares, corrimento vaginal com cheiro desagradável, sangramento após a relação sexual e dores na região do baixo ventre.
Nos estágios mais avançados, a paciente pode apresentar dores pélvicas de forte intensidade, anemia, dores em região lombar, alterações miccionais e no hábito intestinal.
Papilomavírus
A infecção por papilomavírus (HPVs) é o fator de risco mais importante no caso do câncer de colo uterino. A prevenção dessa infecção, que ocorre por via sexual, é medida importante para evitar esse câncer.
A maioria dos tipos de HPV apresenta verrugas na pele, podendo aparecer nos braços, tórax, mãos ou pés. Outros tipos são encontrados principalmente nas membranas e camadas superficiais úmidas que revestem os órgãos e partes do corpo que se abrem para o exterior.
“Os subtipos 16 e 18, chamados também de alto risco, estão relacionados a 70% dos casos de câncer de colo uterino. A melhor maneira de evitarmos a infecção por esse vírus é ter sido vacinado”, alerta a Ottaiano.
Desde 2017, o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal o uso da vacina tetravalente para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. De acordo com a especialista, as mulheres, mesmo vacinadas, devem manter as rotinas de exames ginecológico e coleta de Papanicolau anual ou com intervalo indicado pelo médico.
Prevenção
No caso do câncer de colo uterino, existe uma fase sem sintomas, conhecida como fase pré-clínica, onde se desenvolvem as lesões precursoras da doença. Isso é identificado pelo exame preventivo chamado Papanicolau, que é essencial para a cura dos pacientes.
Para Ottaiano, o exame de Papanicolau é rápido e incomoda muito pouco. Realizado durante o exame ginecológico, coleta amostras de células que revestem o colo uterino com uma espécie de escova. “Esse material coletado é estudado pelo patologista, permitindo identificar células alteradas, sejam elas de câncer ou precursoras”, explica a médica.
A vacina tetravalente evita a infecção pelo HPV e, segundo a especialista, é a melhor maneira de evitar a infecção pelo vírus. Desde 2017 o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal o uso da vacina tetravalente para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
“Vale ressaltar que mesmo vacinadas, as mulheres devem manter as rotinas de exames ginecológico e coleta de Papanicolau anual ou com intervalo indicado pelo médico”, comenta a oncologista.
Além disso, o uso de preservativo durante as relações sexuais é fundamental para diminuir o risco de transmissão e infecção pelo papilomavírus humano. A transmissão também pode ocorrer no parto.