Caso Ângelo Rodrigues: conheça os perigos do excesso de testosterona
Ator precisou ser internado após aplicar o hormônio em si mesmo. Uso inadequado pode causar problemas como AVC, infarto e infertilidade
atualizado
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Uma injeção de testosterona levou o ator português Ângelo Rodrigues a uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em Portugal. Ângelo injetou o hormônio na própria perna e teve uma infecção grave, que o levou a sofrer uma parada cardíaca. A área ao redor do local da injeção necrosou, causando um choque séptico.
O ator, que participou da novela Golpe de Sorte, produção exibida no canal SIC, parceiro da Globo em Portugal, segue internado. Ele foi colocado em coma induzido e passou por três cirurgias para retirar a área infeccionada. Após ser retirado do coma, Ângelo teve falência renal, o que pode fazer com que ele tenha que amputar a perna.
O caso atiçou o debate sobre os riscos do uso de anabolizantes. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), os derivados sintéticos da testosterona realmente são capazes de aumentar a massa muscular, queimar gordura e melhorar o desempenho esportivo, mas o custo para a saúde é altíssimo. Além de fazer mal para órgãos como pele, ossos, músculos, cérebro e coração, a “bomba” causa dependência, agressividade, violência, depressão e até suicídio, de acordo com a campanha da SBEM Bomba Tô Fora.
Em 2018, a SBEM divulgou uma nota em que esclarece os efeitos do abuso da testosterona, tanto em homens quanto em mulheres. A instituição alerta que o uso indevido do hormônio pode levar a efeitos adversos graves e irreversíveis, como: aumento do coração e morte súbita; infertilidade; inflamação e pus no local da aplicação; acne e maior oleosidade na pele; ginecomastia (crescimento de mamas em homens); problemas de fígado; policitemia (distúrbios na produção das células sanguíneas) e risco aumentado de trombose; edema; retenção urinária; piora dos roncos e sonolência para quem tem apneia.
Além dos problemas citados, pode haver supressão transitória ou definitiva da função testicular, parada da produção de testosterona endógena e necessidade de reposição hormonal em longo prazo.
O uso do hormônio para ganho de massa muscular é considerado doping em atletas profissionais e ilegal em amadores. No homem, a testosterona extra está aprovada no Brasil apenas para o tratamento de hipogonadismo, doença na qual as gônadas (testículos nos homens e ovários nas mulheres) não produzem quantidades adequadas de hormônios sexuais. Para comprar testosterona injetável no Brasil, é preciso ter receita médica, o CPF do médico e o Código Internacional da Doença (CID).