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Casamento secreto volta à moda na pandemia. Entenda

Noivos escolhem se casar em segredo para evitar colocar familiares em risco de infecção pelo novo coronavírus

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Casamento Miryane Witt e Bruno Witt – capa 01
1 de 1 Casamento Miryane Witt e Bruno Witt – capa 01 - Foto: null

Em 2019, antes mesmo da pandemia da Covid-19, popularizava-se no Brasil o elopement wedding ou casamento secreto, em tradução livre. Um modelo de cerimônia sem convidados, em que participam apenas os noivos, o celebrante e uma pequena equipe para registrar o momento.

A pandemia chegou e muitas cerimônias tradicionais, com 50, 100, 200 convidados precisaram ser remarcadas mais de uma vez. Neste contexto, o elopement wedding passou a ser uma opção atrativa e muito conveniente para noivos com pressa de oficializar a união. Além do ar totalmente intimista, a cerimônia também é mais econômica.

Quando ficaram noivos, Miryane Witt, 34 anos, e Bruno Witt, 30, imaginavam celebrar o enlace com uma festa para 200 convidados. Mas os planos precisaram ser ajustados e os dois se casaram em uma cerimônia secreta em 6 de maio. A celebração ocorreu no espaço de eventos Patú Anú, em uma área ao ar livre e tudo foi organizado em apenas 35 dias.

Os familiares só souberam dias depois, quando receberam pelos Correios um cartão com um QR Code, onde conseguiram assistir um vídeo dos preparativos e da cerimônia. “Ficamos muito satisfeitos. Conseguimos dividir esse momento com pessoas que gostam da gente de uma maneira especial”, conta Miryane. “Foi um dia nosso. A gente aproveitou cada momento”, concorda Bruno.

Miryane e Bruno se conheceram em Brasília e escolheram a cidade como local para a celebração do casamento

A empresária de Goiânia e o especialista em investimentos de Alegrete, cidade do interior do Rio Grande do Sul, se conheceram no Aeroporto de Brasília, onde cada um deles estava de passagem para compromissos de trabalho. Eles contam que foi amor à primeira vista e a capital se tornou especial para os dois.

Um casamento tradicional implicaria em um deslocamento entre cidades para os convidados, o que, diante da ameaça de contaminação pelo coronavírus, não era uma opção. Além disso, os dois combinaram não falar sobre o casamento antes que ele acontecesse para não desagradar os familiares que, provavelmente, julgariam os motivos do casal.

“Se acontece alguma coisa com os convidados, me sentiria responsável. Primeiro, a gente estava esperando a pandemia passar. Mas a crise de saúde foi se alongando e achamos melhor casar logo”, conta Miryane.

Apenas quatro pessoas da família dos noivos souberam dos planos. Os demais foram comunicados pelo cartão virtual. A mãe da noiva foi avisada antes e recebeu a missão de confeccionar o vestido de casamento. O irmão de Miryane também, sócio dela em uma empresa de filmagem, ele ficou responsável por registrar a cerimônia. O irmão de Bruno e a cunhada dele, que moram em Brasília, foram os outros dois únicos convidados.

“Com essa quantidade de pessoas, não desrespeitamos nenhum decreto, não promovemos aglomeração e não colocamos ninguém em risco”, explica a empresária.

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Miryane e Bruno se casaram em maio deste ano
O casamento teve apenas quatro convidados
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Bruno Witt e Miryane Witt escolheram uma cerimônia ao ar livre

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Miryane e Bruno se casaram em maio deste ano

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O casamento teve apenas quatro convidados

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Os noivos se conheceram em Brasília

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A cidade é especial para o casal

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O formato inovador agradou aos familiares e amigos. O casal conta que recebeu muitas mensagens carinhosas. “Eu estava muito ansioso porque a minha família mora no Sul e a carta demorou para chegar para eles. A minha mãe adorou o vídeo e mandou um áudio chorando muito. Ela ficou muito emocionada, mas entendeu que não teria como ser de outra forma”, contou Bruno.

Fugindo do tradicional

O casamento secreto também foi a opção escolhida por Rafaela Gouveia Silva, 28 anos, e o marido, Juan Uriel Assunção, 28. Eles já pensavam em realizar uma cerimônia que fugisse do tradicional e, logo no início da pandemia, surgiu a ideia de um casamento escondido em uma cachoeira.

A psicóloga e o profissional da área de tecnologia trocaram alianças em 7 de junho de 2020, na Chapada Imperial, em Brazlândia. A única convidada que presenciou o momento foi Raíssa Cavalcante, amiga deles escolhida para celebrar a união.

Casamento Rafaela Gouveia e Juan Uriel Assunção Ângelo (1)
Rafaela Gouveia e Juan escolheram casar em uma cachoeira da Chapada Imperial, em Brazlândia

“Já era uma ideia fazer algo diferente e talvez só chamar as pessoas mais próximas, mas a pandemia impossibilitou até isso”, lembra Rafaela. “A proposta de fazer só entre os dois pareceu perfeita porque, para nós, o casamento é uma aliança de amor e confiança entre duas pessoas”, conta a psicóloga.

A decisão, no entanto, despertou polêmica. Sem terem sido avisados, os familiares do casal só descobriram o que tinha acontecido quando as fotos do casamento foram divulgadas. “Eles ficaram um pouco chateados no início, mas, para a gente, o que importava era celebrar o nosso amor”, diz Rafaela.

Além de todo o valor simbólico da cerimônia, Rafaela chama atenção para a economia financeira em se fazer uma cerimônia ao ar livre, sem convidados. “A gente não chegou a fazer o orçamento de uma festa, mas nosso gasto foi o mínimo possível. O valor nem se compara com o que gastaríamos em uma cerimônia tradicional”.

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Além deles, apenas a celebrante e a equipe de foto e vídeo participaram
Rafaela e Juan optaram por uma cerimônia íntima
Rafaela Gouveia
Juan Uriel Assunção Ângelo
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Os noivos casaram em junho de 2020

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Rafaela e Juan optaram por uma cerimônia íntima

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Rafaela Gouveia

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A família deles só ficou sabendo do enlace após as fotos serem divulgadas

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Risco reduzido

A infectologista Ana Helena Germoglio destaca que o elopement wedding não é uma cerimônia 100% segura porque tem a presença de pessoas de fora do núcleo de convivência do casal, como o celebrante e o fotógrafo, por exemplo. No entanto, o risco é reduzido. “Você estará evitando expor muitas outras pessoas, o que torna este casamento muito menos perigoso”, afirma a médica.

A infectologista explica que um dos maiores problemas das cerimônias tradicionais é que elas costumam ocorrer em locais fechados e com aglomeração de convidados. “Você tem música, comida, bebida e, inevitavelmente, as pessoas ficam sem máscara”, afirma. “A bebida faz com que elas percam a inibição, falem mais alto, cantem, gritem e o risco de contágio se torna muito mais alto”, explica Ana Helena.

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