Casal homoafetivo terá bebê com genética dos dois pais. Entenda
Casal espera chegada de Antonella. Bebê está sendo gestada por uma amiga e foi gerada com óvulo da irmã de um deles
atualizado
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A filha de um casal homoafetivo do Rio Grande do Sul carregará a genética de dois pais. Mikael e Jarbas Bitencourt estão esperando a chegada de Antonella para maio deste ano.
A bebê foi concebida em um processo de fertilização in vitro que usou o sêmen de Jarbas e um óvulo da irmã de Mikael, Marrie. Além disso, Jéssica, amiga do casal, se ofereceu para gestar a criança como “barriga solidária”.
Desejo de aumentar a família
Jarbas e Mikael estão juntos desde 2008 e formalizaram a união com um casamento em 2022. “O sonho da paternidade já nos acompanha há mais de 10 anos. Estamos juntos há bastante tempo e vínhamos conversando cada vez mais sobre a possibilidade de aumentar a família”, contou Jarbas, em entrevista ao Metrópoles.
A primeira tentativa de realizar o sonho ocorreu quando eles foram avisados sobre o caso de uma mulher grávida que havia manifestado a intenção de entregar o bebê à adoção. “Acompanhamos o pré-Natal, mas tudo foi frustrado porque, no final, a mãe desistiu. Tínhamos feito quarto para o bebê, chá de fraldas, estava tudo pronto”, relata Jarbas, que é gestor de vendas.
Ao ver a decepção dos amigos provocada pela adoção frustrada, Jéssica se ofereceu para ajudá-los em uma fertilização in vitro. Ela ofereceu o útero para gestar um filho ou filha deles.
Embrião com a genética de ambos
A irmã de Mikael, por sua vez, se ofereceu para doar o óvulo: isso transformou o casal gay em um dos primeiros do país a ter um bebê com a informação genética de ambos. O caso deles é o primeiro deste tipo no Rio Grande do Sul.
“A nossa filha ter a genética dos dois é a cereja do bolo. Vai ser muito bacana poder enxergar nela as nossas características”, afirma Jarbas.
Jarbas e Mikael precisaram de uma autorização específica do Conselho Regional de Medicina para conduzir a gestação conforme planejaram. Como Jéssica não é parente deles, o “empréstimo do útero” teve de ser aprovado pelos conselheiros.
Os dois queriam um menino, mas os embriões que tiveram mais viabilidade entre os sete fecundados foram os de meninas. Já na primeira tentativa, o embrião conseguiu ser implantado no útero de Jéssica.
Para o casal, a divulgação da experiência é um incentivo para que outras pessoas realizem o desejo de ter filhos. “Todas as pessoas que tenham o desejo de ter filhos, – seja dentro de uma relação homo ou hétero, seja um pai solteiro ou uma mãe solteira – , sempre há alternativas para realizar esse sonho”, conclui Jarbas.
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