Carnaval: saiba doenças que podem ser transmitidas pelo beijo
Além da alegria, do glitter e das fantasias, a festa é marcada por muitos beijos, na maioria das vezes, entre pessoas desconhecidas
atualizado
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Depois de dois anos, o brasileiro se prepara para pular um Carnaval novamente. Além da alegria, do glitter e das fantasias, a festa é marcada por muitos beijos, na maioria das vezes, entre pessoas desconhecidas.
O epidemiologista Jonas Brant, que é professor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB), considera que, no Carnaval, os riscos são potencializados devido à proximidade entre as pessoas, o abuso de álcool e a adesão a comportamentos de risco.
Essa combinação pode levar os foliões a adquirirem doenças transmissíveis pelo beijo, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), doenças diarreicas, Covid-19 e outras infecções respiratórias.
“O Carnaval tem riscos que as pessoas devem considerar para que estejam tranquilas e seguras e não percam a oportunidade de se divertirem. Isso não limita as comemorações. É simplesmente uma questão de se preparar e entender o cenário em que se está entrando”, diz Brant.
O beijo na boca pode ser uma via de transmissão de inúmeras doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias e fungos. Segundo o professor de Odontologia do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp) Gabriell Bonifacio Borgato, as pessoas devem ficar atentas ao aparecimento de feridas na região dos lábios e dentro da boca, principalmente após contato com pessoas diferentes nos dias de folia.
Bonifacio também reforça a importância de se hidratar adequadamente. “Ao perder água, nossa salivação é reduzida, o que contribui para doenças, cáries e inflamações na gengiva”, aponta.
Veja as doenças mais comuns transmitidas pelo beijo:
Mononucleose
Mais conhecida como doença do beijo, a mononucleose é transmitida pela saliva. A infecção viral pode causar mal-estar, febre, dores de cabeça e garganta, e placas brancas na garganta. O tratamento é feito através do controle dos sintomas.
Recomenda-se repouso e hidratação com água, chás e sucos naturais, para acelerar o processo de recuperação. O vírus é eliminado em uma ou duas semanas.
Herpes labial
O vírus da herpes tipo 1 é transmitido durante o beijo. O mais comum é que as pessoas desenvolvam feridas nos lábios após o aparecimento de pequenas bolhas. Elas diminuem e cicatrizam em alguns dias.
A primeira infecção pode causar alterações sistêmicas, como dor de cabeça, febre, mal-estar e feridas na cavidade oral. Pessoas com herpes labial devem evitar o contato direto com outros indivíduos, especialmente com bebês, que correm o risco de ter um quadro mais grave.
Se aparecerem pequenas bolhas nos lábios, aplique gelo na área e mantenha a região hidratada com manteiga de cacau ou um produto à base de lanolina. Caso se formem feridas, pode ser necessário aplicar um anestésico tópico. A herpes labial não tem cura e o indivíduo estará sujeito a surtos periódicos.
Sífilis
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum que também pode ser transmitida pelo beijo, desde que as pessoas estejam com feridas na cavidade oral. A doença pode causar sequelas nos olhos, coração, sistema nervoso e levar à morte se não for tratada adequadamente.
Os primeiros sintomas da sífilis são pequenas feridas nos órgãos genitais (cancro duro), que desaparecem espontaneamente e não deixam cicatrizes; gânglios aumentados e ínguas na região das virilhas. Quando bem tratada, a doença tem cura. O tratamento consiste em injeções do antibiótico Penicilina Benzatina, conhecido popularmente como Benzetacil.
De acordo com o Ministério da Saúde, o principal maneira de controle e prevenção da doença é justamente investigar a sua existência através dos testes para que, caso seja positivo, possa ser realizado o tratamento o mais cedo possível.
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