Carência excessiva de menino de 2 anos era sinal de câncer raro
O menino Archer Crawford-Speakman apresentou mudanças no comportamento antes de ter sido diagnosticado com câncer, em dezembro de 2021
atualizado
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O menino Archer Crawford-Speakman foi diagnosticado com um neuroblastoma, um tipo raro de câncer, quando tinha apenas dois anos de idade. Antes de descobrir que a criança tinha a doença, a família percebeu uma carência excessiva no garoto, que o fazia querer estar sempre abraçado com a mãe. Além disso, Archer perdeu completamente o apetite e passou a emagrecer.
A princípio, os pais atribuíram a mudança de comportamento ao fato de a criança ter passado o ano inteiro em confinamento por conta da pandemia de Covid-19. “Ele estava muito grudado comigo e foram aparecendo outros sintomas. Meu filho só conseguia dar uma mordida e foi ficando cada vez mais tímido e retraído”, relembra a mãe Jade, 29 anos, na campanha de arrecadação de fundos para o tratamento.
Os pais levaram o menino ao médico na véspera do Natal de 2021, depois de ele reclamar de uma dor intensa na barriga. Na ocasião, apalparam todo o corpo da criança e encontraram um tumor na lateral do abdômen. A família esperava, entretanto, que fosse um problema mais simples como uma hérnia ou de um problema nos rins.
Diagnóstico e tratamento do câncer
Após uma semana de exames e biópsias, o neuroblastoma foi diagnosticado. Esse tipo de câncer afeta, especialmente, crianças menores de 10 anos e atinge as glândulas adrenais, que ficam na parte superior dos rins. As adrenais são responsáveis por secretar hormônios, especialmente a adrenalina, essencial para manter a frequência cardíaca.
Médicos ouvidos pelo Metrópoles afirmaram que este tipo de tumor pode ter um impacto emocional nas pessoas que são acometidas. De acordo com o oncologista Carlos Tadeu Garrote, de Brasília, “dependendo da área afetada pelo câncer, é possível ver mudanças de humor”. A endocrinologista Giovana Micheloni, da clínica MedSculp, de São Paulo diz que neuroblastomas podem afetar diretamente a produção hormonal. Além disso, o próprio câncer pode levar a mudanças comportamentais dependendo das áreas comprimidas.
“Criança pode apresentar distensão abdominal, dor e a sensação de não conseguir comer. Estes tumores podem produzir hormônios, como a adrenalina, gerando sintomas como aumento da frequência cardíaca, agitação, diarréia e ansiedade”, completa a endocrinologista.
Archer foi internado em janeiro para fazer quimioterapia. Somando todas as 17 rodadas de tratamento médico, a cirurgia para remover o câncer e as complicações de saúde que se apresentaram no percurso, o tratamento fez com que ele ficasse menos de um mês em casa ao longo do ano de 2022.
Apesar de muito penosa, a jornada de Archer foi bem sucedida: em 13 de julho último, os exames mostraram que não há mais sinais do tumor no corpo da criança.
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