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Cara de cortisol: entenda se estresse pode alterar o formato da face

Cortisol, o hormônio do estresse, é apontado nas redes sociais como causador de marcas específicas no rosto, mas endocrinologista desmente

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Cara de cortisol: entenda se estresse pode alterar o formato da face
1 de 1 Cara de cortisol: entenda se estresse pode alterar o formato da face - Foto: Reprodução/TikTok/brokencurse

Após o Ozempic viralizar como causador de mudanças na face, a internet já escolheu seu novo inimigo: o cortisol. O hormônio liberado pelo organismo em situações de estresse aumenta a pressão arterial e a glicose no sangue, preparando o corpo para o combate, mas também aumentando o risco para uma série de doenças. Entretanto, a substância tem sido associada nas redes sociais a um fenômeno muito mais restrito e estético: a cara de cortisol.

No TikTok, vídeos com milhões de visualizações associam o excesso do hormônio no organismo a um inchaço na face, supostamente dando uma “cara de lua” às pessoas afetadas. Os influenciadores mostram como controlar o estresse ajudaria a tornar o rosto mais afinado.

Especialistas indicam, porém, que o uso do termo “cara de cortisol” pode ser fruto de uma vilanização do hormônio nas redes sociais, indicando como inimiga uma substância que, na realidade, tem um impacto sistêmico muito grande no organismo.

“O corpo humano precisa de algum cortisol para manter um equilíbrio hormonal saudável. É ele que controla o funcionamento do sistema imunológico e regula o metabolismo, por exemplo. Porém, o atual estilo de vida que temos, nos expondo constantemente ao estresse, pode levar a um estresse crônico, que é altamente prejudicial e afeta não só o formato do rosto como também a qualidade do sono e a forma como o corpo administra suas reservas de gordura”, explica a endocrinologista Deborah Beranger, do Rio de Janeiro.

Segundo ela, o cortisol pode de fato causar um leve inchaço do rosto após um dia de estresse intenso, mas esse efeito costuma ser transitório e acompanhado de uma série de outros sintomas, tais como acordar durante a noite, ter acne ou hematomas frequentes na pele.

Níveis elevados de cortisol
Níveis elevados de cortisol podem levar ao acúmulo de gordura abdominal, problemas de sono, entre outros

Sinais do rosto de cortisol

O excesso de cortisol no organismo pode sim impactar no formato do rosto, mas a situação é efeito colateral de uma série de mudanças no organismo. Por exemplo, o estresse aumenta a probabilidade da pessoa comer mais, o que pode levar a um ganho de peso que afeta o formato do rosto, mas que costuma ser distribuído por todo o corpo.

A face pode ser afetada pela acne, que surge com o aumento da produção de óleo na pele e pode levar a entupimentos dos poros. O cortisol também aumenta a tendência de retenção de líquidos que pode afetar o formato do rosto.

O excesso de cortisol pode ainda estimular o corpo a armazenar gordura extra nas laterais do rosto, mas estes sinais só costumam ser visíveis em pessoas com a síndrome de Cushing. “A doença leva a níveis altíssimos de cortisol devido ao uso prolongado de medicamentos como esteroides”, esclarece a endocrinologista.

Com exceção da síndrome de Cushing, porém, esses efeitos costumam ser momentâneos e praticamente imperceptíveis. A não ser em casos de distúrbios endócrinos graves, o inchaço motivado pelo cortisol não costuma ser apenas facial.

Vários outros fatores podem estar associados à “cara de lua”. Entre eles estão: retenção de líquidos, ganho de peso, consumo excessivo de álcool, dieta ruim, problemas nos sistemas linfático ou circulatório e reações alérgicas são algumas das principais alternativas.

É possível controlar o cortisol?

Nos casos em que o inchaço for motivado de fato por destemperos hormonais, o controle do estresse diário não é tão fácil como algumas blogueiras fazem parecer. Se ele for causado pela síndrome de Cushing, por exemplo, pode ser necessária uma cirurgia para remover as glândulas que produzem cortisol.

Segundo Deborah, porém, para quem quer controlar os hormônios do estresse existem alguns truques que podem ajudar, especialmente aqueles que levam a uma rotina mais saudável.

“O exercício físico ajuda, aliado a uma boa alimentação, com boa oferta de nutrientes. Tentar dormir entre oito e nove horas por dia e evitar o uso de telas antes de dormir pode reduzir os níveis de cortisol e adrenalina. Além disso, é importante cuidar da saúde mental e buscar formas de descansar e descarregar as energias nos finais de semana”, finaliza.

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