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Câncer é a maior preocupação de saúde entre a população, diz pesquisa

Estudo feito por cientistas do Reino Unido mostra que as pessoas têm mais medo de ser diagnosticadas com câncer do que de uma guerra nuclear

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Foto de um homem mais velho sentado no sofá refletindo preocupado
1 de 1 Foto de um homem mais velho sentado no sofá refletindo preocupado - Foto: Getty Images

Um novo estudo realizado no Reino Unido mostra que dois terços da população se preocupam em receber diagnóstico para câncer, um número maior do que para qualquer outra condição médica, incluindo demência e ataque cardíaco.

A pesquisa, realizada com 2 mil adultos do Reino Unido pela Universidade de Cambridge, destaca as preocupações que as pessoas têm sobre o câncer e sugere que o diagnóstico tardio é a maior delas (70%), seguida pelo impacto da doença na família e nas pessoas ao redor (52%). Além disso, 41% se disseram preocupados em ter acesso ao tratamento correto e 36% são receosos sobre os efeitos colaterais das terapias. Os dados foram divulgados nesta segunda (15/7).

Os participantes foram questionados sobre qual desenvolvimento transformador eles gostariam de ver no futuro – incluindo a erradicação de doenças e plantações geneticamente modificadas que permitiriam acabar com a fome. Cerca de 55% dos entrevistados escolheram “ser capaz de detectar e tratar o câncer cedo o suficiente para que ninguém morra da doença”. Apenas a eliminação da pobreza teve prioridade semelhante, com 23%.

Os voluntários também foram questionados sobre o que amenizaria o medo do diagnóstico do câncer, e 61% responderam “saber que a forma de câncer que tenho é tratável”. Destacando a importância da detecção precoce, mais da metade dos entrevistados (51%) disse “saber que estamos melhores em detectar o câncer cedo o suficiente para tratá-lo”.

“O câncer afeta um em cada dois de nós e compreensivelmente induz medo nos pacientes e suas famílias. As pessoas estão preocupadas que os tratamentos não funcionem ou que os efeitos colaterais sejam terríveis, mas também com o que o diagnóstico significará para sua família”, explica o professor Richard Gilbertson, diretor do Cancer Research UK Cambridge Centre e líder de pesquisa do Cambridge Cancer Research Hospital.

Quando apresentados a uma série de eventos futuros indesejáveis, a preocupação com o diagnóstico de câncer ficou atrás apenas da morte de um parente próximo (64% contra 72%, respectivamente) — maior do que uma guerra nuclear (56%), terrorismo (53%) e ser vítima de um crime (52%).

As pessoas mais velhas eram muito menos propensas a dizer que estavam “muito preocupadas” com o câncer em comparação com as mais jovens. Apenas 14% dos maiores de 65 anos estavam muito nervosos com o diagnóstico, em comparação com 26% das pessoas de 18 a 24 anos e 29% das de 25 a 34 anos.

Gilbertson diz que, em Cambridge, os cientistas acreditam que é possível imaginar um mundo onde não haja mais medo do câncer. “É uma meta ambiciosa que nós, junto com muitos outros pesquisadores ao redor do mundo, estamos trabalhando duro para alcançar”, afirma.

Os pesquisadores lembram que os resultados do tratamento de câncer podem ser completamente transformados, com melhor sobrevivência e tratamentos menos invasivos, se a doença for diagnosticada precocemente.

“Muito do nosso foco agora está em entender o câncer em seu estágio mais inicial, que seria anos antes de um indivíduo desenvolver quaisquer sintomas. Dessa forma, pode até ser possível prevenir a doença, ou pelo menos detectá-la quando puder ser tratada facilmente”, explica a professora Rebecca Fitzgerald, diretora do Instituto de Câncer Precoce Li Ka Shing da Universidade de Cambridge.

Uso de inteligência artificial contra o câncer

O público foi questionado sobre o uso de inteligência artificial (IA) para melhorar o diagnóstico e o tratamento do câncer. Uma maioria foi a favor de sua aplicação, com apenas 8% dizendo que a tecnologia não deveria ser usada.

Outros 55% declararam achar aceitável usar IA para acelerar a pesquisa de novos tratamentos, 47% para ajudar um médico a diagnosticar o câncer e 41% para auxiliar na decisão de qual tratamento funcionaria melhor.

O levantamento mostra que saber que muitas pessoas estão pesquisando como prevenimos, diagnosticamos e tratamos o câncer é reconfortante: um terço dos entrevistados (32%) afirmou que isso os deixaria com menos medo de receber a notícia de que está com a doença.

Em relação à pesquisa sobre a doença em universidades, 43% acreditam que ela terá um grande impacto na redução de mortes por câncer, embora 64% achem que o maior impacto na redução de mortes por câncer viria pela redução no tempo de espera no serviço nacional de saúde.

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