Câncer no pâncreas “se alimenta” de ácido hialurônico, diz estudo
Pesquisa feita na Universidade de Michigan, nos EUA, mostra evidências de que as células cancerígenas se alimentam do ácido hialurônico
atualizado
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Um estudo feito por pesquisadores do centro de tratamento Rogel Cancer Center, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, encontrou evidências de que o ácido hialurônico serve de alimento para o crescimento de células cancerígenas no pâncreas. Os cientistas detalharam a descoberta em um artigo publicado na revista eLife, em dezembro de 2021.
“Os dados mostram que o ácido hialurônico (AH) pode servir como um nutriente que alimenta o metabolismo do adenocarcinoma ductal pancreático (PDA) – tumor maligno do pâncreas”, escreveram os pesquisadores.
O ácido hialurônico está presente no organismo humano, especialmente na pele, tecido conjuntivo e articulações. Os compostos citados pelo estudo são os naturais, formados no próprio corpo, e não os ácidos presentes em cremes, óleos ou preenchimento facial. Os tumores pancreáticos, por sua vez, são compostos principalmente de tecido conjuntivo e células imunes não cancerosas.
Os cientistas norte-americanos notaram uma grande concentração de ácido hialurônico nos tumores, sugerindo que o composto “alimenta” as células cancerígenas. Além disso, ele também prejudica a ação das drogas usadas no tratamento dos pacientes.
“Acredita-se que o AH seja depositado principalmente por fibroblastos associados ao câncer (CAFs) e, até certo ponto, por células PDA. O AH retém avidamente água, responsável tanto por suas propriedades lubrificantes quanto, em tumores de PCA, pela pressão suprafisiológica que prejudica a vascularização e limita a penetração de fármacos”, escreveram.
Os autores do estudo acreditam que a descoberta contribuirá com estudos para novos tratamento de tumores pancreáticos.