metropoles.com

Câncer: métodos menos invasivos revolucionam maneira de tratar doença

Pesquisas avançam em busca de tratamentos menos tóxicos para o paciente do câncer, com benefícios para a qualidade de vida deles

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Getty Images
mulher no processo de cura contra o câncer
1 de 1 mulher no processo de cura contra o câncer - Foto: Getty Images

As possibilidades de tratamento do câncer deram um salto importante nos últimos anos com o desenvolvimento de métodos menos invasivos para o paciente, como a terapia-alvo, que usa drogas que atacam especificamente as células doentes e preservam as saudáveis.

Os cuidados não passam mais obrigatoriamente pela quimioterapia ou radioterapia, técnicas que mudaram o curso do tratamento de tumores malignos no passado, mas oferecem alta toxicidade ao organismo.

Ao atacar o DNA da célula do tumor, elas acabam atingindo também as células de órgãos próximos, explica o oncologista Carlos Gil, diretor médico do Grupo Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas. “Todos tratamentos são tóxicos, mas esses atacam o DNA da célula do tumor para destruí-la e têm efeitos colaterais mais difíceis de controlar”, explica.

A terapia-alvo, por outro lado, age diretamente nas células doentes, causando menos toxicidade e efeitos colaterais ao organismo como um todo.

Medicina de precisão

A medicina de precisão, ou terapia-alvo, existe há cerca de uma década, mas vem ganhando cada vez mais investimento nos últimos anos. Ela se baseia no uso de medicamentos desenvolvidos para atacar moléculas específicas das células tumorais, reduzindo a atividade delas sobre as células saudáveis e os efeitos colaterais.

A partir do material coletado na biópsia para a confirmação do câncer é possível fazer o painel molecular, um exame que mostra as alterações no DNA/RNA. Com o resultado, o médico consegue avaliar as melhores possibilidades de tratamento para atingir especificamente essas alterações e controlar o tumor.

Com medicamentos direcionados para o perfil do câncer de cada paciente, é possível reduzir o número de sessões de quimioterapia e radioterapia a que ele seria submetido ou até mesmo excluí-las do protocolo sem prejudicar o resultado final do tratamento do câncer. O objetivo é garantir que o indivíduo tenha mais qualidade de vida.

Alguns dos trabalhos mais importantes apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica de 2023 (Asco, na sigla em inglês) que aconteceu no começo de junho em Chicago, nos Estados Unidos, foram aclamados por apresentarem resultados positivos neste campo, com novas opções de medicamentos que reduzem a necessidade da indicação de quimioterapia ou radioterapia.

9 imagens
Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença
A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc.
Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago
A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão
Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido
1 de 9

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. Por ser um problema cada vez mais comum, o quanto antes for identificado, maiores serão as chances de recuperação

boonchai wedmakawand
2 de 9

Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença

Phynart Studio/ Getty Images
3 de 9

A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc.

Flashpop/ Getty Images
4 de 9

Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago

FG Trade/ Getty Images
5 de 9

A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão

South_agency/ Getty Images
6 de 9

Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido

Peter Dazeley/ Getty Images
7 de 9

A presença de sangue nas fezes ou na urina pode ser sinal de câncer nos rins, bexiga ou intestino. Além disso, dor e dificuldades na hora de urinar também devem ser investigados

RealPeopleGroup/ Getty Images
8 de 9

Dores sem motivo aparente e que durem mais de quatro semanas, de forma frequente ou intermitente, podem ser um sinal da existência de câncer. Isso porque alguns tumores podem pressionar ossos, nervos e outros órgãos, causando incômodos

ljubaphoto/ Getty Images
9 de 9

Azia forte, recorrente, que apresente dor e que, aparentemente, não passa, pode indicar vários tipos de doenças, como câncer de garganta ou estômago. Além disso, a dificuldade e a dor ao engolir também devem ser investigadas, pois podem ser sinal da doença no esôfago

DjelicS/ Getty Images

Personalização do tratamento

Na visão do oncologista Rodrigo Nery, médico da rede D’Or e do Hospital Universitário de Brasília (HUB), a tendência é que o tratamento do câncer se torne cada vez mais segmentado, levando em consideração o tipo e subtipo do tumor, mutação, localização e estágio da doença, por exemplo.

“É uma doença de tratamento muito complexo. É necessário fazer uma avaliação que envolva o oncologista, o patologista que analisa a biópsia, o radiologista para enxergar onde o tumor está e o que ele está afetando”, afirma Nery.

O oncologista Carlos Gil tem o mesmo entendimento. “A tendência é que daqui a 10 anos ninguém seja tratado sem saber qual é o perfil genético do câncer e suas características”, diz.

O médico afirma que os tratamentos da rede privada e pública ainda são muito diferentes, e ainda é necessário um grande investimento para que mais pessoas tenham acesso ao tratamento de ponta.

“Esse talvez seja o momento mais rico da oncologia nos últimos anos. Os pacientes não querem só viver mais, eles querem viver bem”, conclui.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?