Câncer de pulmão pode se transformar e driblar tratamento, diz estudo
Pesquisadores americanos conseguiram apontar a capacidade do câncer de alterar seu subtipo, o que dificulta o tratamento
atualizado
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Uma das dificuldades para se tratar o câncer de pulmão é a capacidade que as células tumorais têm de resistir às terapias. Um estudo publicado nesta sexta-feira (9/2) na revista Science conseguiu comprovar que uma das estratégias das células cancerígenas consiste em se transformar em células de outro subtipo para driblar a ação dos remédios.
Os pesquisadores da Weill Cornell Medicine, nos Estados Unidos, descobriram que um adenocarcinoma – tumor que evolui a partir de pólipos – consegue se transformar em um carcinoma de pequenas células (CPC) após ser exposto a uma medicação que não funciona. O carcinoma de pequenas células é um dos tipos mais agressivos de câncer de pulmão.
De acordo com os cientistas, a transformação ocorre quando o tumor é exposto a um tratamento que não dá certo, como se ele ganhasse meios de se fortalecer ao ser combatido.
Os pesquisadores conseguiram observar essa mudança das células ao vivo em camundongos. A pesquisa identificou que as células mutadas pareciam sofrer uma transformação semelhante ao que acontece com as células-tronco.
“É muito difícil estudar esse processo em pacientes humanos, mas já desconfiávamos de que ele existisse para tentar desviar dos tratamentos”, explicou o pneumologista Eric Gardner, líder do estudo, em entrevista ao site da universidade.
Para ele, o trabalho reforça a necessidade de descobrir o tipo do câncer antes de iniciar o tratamento, a estratégia permite que a medicação ministrada seja mais consistente.
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