Apesar de o diagnóstico de qualquer tumor ainda ser muito assustador para o paciente, quanto mais cedo se identifica a condição, maiores as chances de sobrevida. No Brasil, o tratamento pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou em hospitais e clínicas particulares para quem tem plano de saúde.
“As etapas do diagnóstico ao tratamento são as mesmas para a rede pública e privada, mas o que diferencia as duas é o tempo e a oportunidade de acesso aos serviços”, explica a médica oncologista Viviane Rezende de Oliveira, presidente da região do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO-DF).
Ela explica que tanto na rede privada quanto pelo SUS, a cirurgia nem sempre será a primeira intervenção para o tratamento. Em cada caso há um acompanhamento diferente, mas em algum momento a maioria das pacientes deve passar por operação, quimioterapia e radioterapia para diminuir o volume tumoral e evitar que as células voltem a se multiplicar.
Tratamento pelo SUS
O rastreamento para detecção precoce do câncer de mama começa com 50 anos. Quando há alterações, o médico solicita exames complementares, como a ecografia mamária, que irá delimitar o contorno do nódulo.
Com o resultado do exame, a paciente deve fazer uma biópsia e, caso o tumor seja maligno, um oncologista ou mastologista irá definir o planejamento terapêutico baseado no grau da doença. Nessa etapa, será definido se o tratamento irá começar com intervenção cirúrgica ou química.
A partir do diagnóstico, a pessoa é encaminhada a um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) ou Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). A presidente da SBCO do DF argumenta que um dos principais problemas do sistema público ainda é a demora para conseguir marcar e fazer os procedimentos — enquanto o tempo passa, o câncer vai se desenvolvendo.
Depois da realização da cirurgia, começa uma nova fase de tratamento. Pelo SUS, o procedimento padrão é começar com a quimioterapia, mas de acordo com a médica oncologista Janyara Teixeira, da rede D’Or, a rede pública já oferece a hormonioterapia como alternativa que, conciliada à quimio, atua na redução de tumores maiores.
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Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens
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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico
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Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos
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Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira
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Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas
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O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada
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Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios
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A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito
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A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido
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Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas
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Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença
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O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes
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De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade
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É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico
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O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica
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Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente
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Tratamento na rede privada
Em hospitais e clínicas particulares, os procedimentos adotados inicialmente são os mesmos. Entretanto, os exames e resultados são mais rápidos devido ao rigor dos planos de saúde com cumprimento de prazos estipulados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e pela maior oferta de serviços. Menos de um mês após o diagnóstico é possível realizar a cirurgia para remoção do tumor.
A médica Janyara afirma que na rede privada já são usadas drogas que permitem sobrevida maior das pacientes, especialmente quando há metástase. Remédios de imunoterapia, hormonioterapia e terapia-alvo são utilizados amplamente para quem tem plano de saúde. “São realidades diferentes. Se o medicamento já tiver sido liberado pela Anvisa, ele pode ser usado”, ela comenta.
Ela acrescenta que, além do menor tempo de espera e menos burocracias, o tratamento particular cobre medicamentos que auxiliam na redução dos efeitos colaterais da quimioterapia, por exemplo, melhorando a qualidade de vida da paciente. Além disso, Janyara explica que o uso de equipamentos mais novos faz com que haja menos danos em tecidos do corpo que não apresentam células cancerígenas.
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