1 de 1 Imagem colorida de mãe e filha vestidas de rosa abaraçdas para a foto - Metrópoles
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“Encarava o diagnóstico de câncer como sentença de morte, mas estava enganada”, conta Elisabete Moreira, de 46 anos, operadora de telemarketing em Brasília. Em 2022, ela foi diagnosticada com um tumor na mama esquerda, um ano após sua mãe ter recebido a mesma notícia.
O diagnóstico da mãe, Eliete Moreira, 67 anos, fez a filha ficar mais atenta à própria saúde. Os primeiros sintomas em Elisabete foram dois caroços na mama, acompanhados por fisgadas e uma ardência na região. Por conta da experiência com a mãe, ela procurou ajuda imediatamente.
“Receber a notícia me tirou do chão. Chorei de medo quando me disseram que era um tumor agressivo, mas disseram que a chance de cura era de 95% pois estava em fase inicial”, lembra Elisabete.
A filha estava determinada a vencer a doença, mas não queria contar para a mãe sobre o diagnóstico. Eliete ainda estava em tratamento e Elisabete temia que a notícia pudesse atrapalhá-la. “O câncer adoeceu minha família, mas confio que vamos derrotá-lo”, afirma a operadora de telemarketing.
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Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens
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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico
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Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos
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Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira
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Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas
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O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada
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Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios
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A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito
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A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido
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Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas
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Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença
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O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes
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De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade
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É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico
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O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica
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Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente
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Apoio para enfrentar o câncer
Como parte do tratamento, a operadora de telemarketing fez uma mastectomia, mesmo procedimento pelo qual a mãe já havia passado. “Me ver sem a mama foi muito difícil, mas necessário”, desabafa Elisabete.
A oncologista Gabrielle Scottolin, da Oncoclínicas Brasília, explica que a mastectomia é a remoção cirúrgica da mama e, em geral, é recomendada para a maioria dos tumores nos seios. “Ela pode ser radical, quando todo o tecido mamário é removido, ou pode ser parcial, quando apenas uma parte é retirada”, afirma.
“Só contei sobre meu câncer para a minha mãe quando ela se recuperou da mastectomia dela. Foi um momento muito emocionante, pois ela me incentivou e me fortaleceu. Minha rede de apoio foi e continua sendo determinante para o tratamento”, conta a operadora de telemarketing.
A médica Gabrielle Scottolin explica que entre 5 a 10% dos casos de câncer de mama têm causa genética. “Algumas mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam significativamente o risco de tumores”, alerta.
A oncologista lembra que pessoas com histórico familiar de câncer de mama na família devem buscar aconselhamento médico para considerar opções personalizadas de prevenção.
Hora de recomeçar
Elisabete e Eliete participam da Associação Recomeçar, uma organização não governamental dedicada a apoiar pessoas que enfrentam o câncer. A jornada das duas fez com que elas fossem convidadas para posar como modelos na exposição “Outubro Rosa: 10 anos da Recomeçar”.
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Eliete é mãe de Elisabete. A filha continua em tratamento, mas Eliete está em remissão do câncer de mama
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Ambas precisaram passar mastectomia, cirurgia em que parte da mama é removida
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Elisabete escondeu o diagnóstico da mãe, pois não queria assustá-la com a notícia
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Mãe e filha foram convidadas para serem modelos da exposição: Outubro Rosa 10 anos da Recomeçar.
"Estou me sentindo feliz por fazer parte do evento e através da minha história posso mostrar e conscientizar que mais de uma pessoa pode ser diagnósticada na mesma família, mas que o câncer tem cura sim", diz Elisabete
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As duas compartilharam suas histórias de coragem para inspirar outras pacientes. “Agradeço por ter desfeito minha impressão inicial sobre o diagnóstico. O câncer veio para abrir meus olhos e também para me incentivar a ajudar outras mulheres”, aponta Elisabete.
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