Câncer de intestino: o que a ciência sugere para prevenção de tumores
O câncer de intestino é bastante associado ao estilo de vida. Mudar hábitos e fazer exames periódicos são estratégias de controle da doença
atualizado
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O câncer de intestino é o 4º tipo de tumor mais comum, atrás apenas dos cânceres de mama, próstata e pele. Ele mata cerca de 20 mil pessoas ao ano no Brasil, de acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O câncer de intestino é bastante associado aos hábitos de vida, sendo que cerca de 80% dos casos estão ligados ao tabagismo, alimentação ruim, álcool e sedentarismo.
“Já está bastante descrito na literatura médica que ser uma pessoa sedentária, ter uma dieta pobre em fibras, ser obeso e fumar aumentam muito as chances de câncer de intestino”, aponta a oncologista Maria Ignez Braghiroli, coordenadora do Comitê de Tumores Gastrointestinais Alto da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica).
A forma mais fácil de prevenir os tumores no intestino é ter uma vida saudável, evitando hábitos que agridem o órgão. Entretanto, estudos mais recentes apontam outros comportamentos que podem ajudar na prevenção.
Eles sugerem que a ingestão de probióticos, a adesão à dieta vegetariana e o uso de anti-inflamatórios para diminuir as chances de tumores de intestino. Estas pesquisas, porém, são observacionais ou foram feitas com grupos pequenos de pessoas.
Veja o que funciona contra o câncer de intestino:
Alguns estudos apontam que uma dieta vegetariana “bem planejada” leva a uma menor incidência de tumores no intestino.
Segundo a oncologista Maria Ignez, isso ocorre porque as carnes processadas (embutidos, carne de sol), que são altamente cancerígenas, não fazem parte desse regime alimentar e, além disso, a dieta vegetariana tende a ter mais fibras.
Ela destaca, entretanto, que também existem outras dietas nas quais a carne não é excluída – mas limitada – que apresentam bons resultados contra o câncer. “No geral, ter uma alimentação saudável é o mais efetivo”, aponta.
Em relação aos probióticos, há evidências iniciais de que eles funcionam, na medida em que o uso regular, promove uma flora intestinal mais saudável. A médica alerta, entretanto, que não existe um alimento capaz de evitar a doença, mas um conjunto de hábitos que fazem a diferença. “Exite uma relação da saúde da flora intestinal com o organismo saudável, então é sempre bom manter uma alimentação que mantenha a flora equilibrada”, afirma.
O uso de anti-inflamatórios para prevenir o câncer tem evidências mais sólidas, especialmente o consumo contínuo de aspirina. No entanto, não está estabelecido como uma recomendação generalizada.
“A maioria dos voluntários que participou dos estudos tinha doenças prévias ou fatores de risco determinantes, então temos de avaliar estas pesquisas com cautela. Tomar remédios pode levar a efeitos colaterais, no caso de anti-inflamatórios há maior risco de úlcera, disfunção de rins, então é preciso avaliar este uso apenas para casos específicos”, explica a oncologista espanhola Elena Élez, chefe do Grupo de Câncer Colorretal del Vall d’Hebron, em entrevista ao Metrópoles
Estratégias de prevenção
As oncologistas entrevistadas defendem que as formas de prevenção mais consensuais são evitar os fatores de risco e cumprir uma rotina de check-up da saúde intestinal periódica.
“O melhor é que se faça o exame de sangue oculto, realizado durante os exames de fezes, pelo menos uma vez ao ano. Eles não indicam necessariamente que há câncer, mas fornecem informações sobre a necessidade de uma colonoscopia”, completa Maria Ignez.
Elena Élez ressalta ser fundamental conscientizar as pessoas que este tipo de tumor tem se tornado mais frequente para que todos estejam atentos aos seus sinais e sintomas.
“O que podemos recomendar às pessoas é que elas façam seus exames anuais, pratiquem exercícios e tenham uma dieta saudável. Isso vai diminuir o risco de câncer de intestino, como também da maioria das doenças que nos atingem”, conclui Elena.
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