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Câncer de colo de útero: nova vacina previne até 90% dos casos

Imunizante só está disponível na rede de saúde privada. Homens e mulheres entre 9 e 45 anos podem tomar a vacina

atualizado

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As estratégias de prevenção ao câncer de colo de útero ganham um reforço importante neste mês. O imunizante Gardasil 9, fabricado pela MSD Brasil, começa a ser comercializado nas clínicas privadas de vacinação.

O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de tumor mais frequente entre as mulheres no Brasil. Para 2023, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta o surgimento de 17 mil novos casos da doença.

A vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) é considerada uma estratégia extremamente eficaz no combate aos tumores. Indicada para meninos e meninas, homens e mulheres de 9 a 45 anos, a nova vacina protege contra os quatro genótipos já contidos na versão anterior do imunizante Gardasil (6, 11, 16 e 18) e contra cinco adicionais (31, 33, 45, 52, 58).

Estudos indicam que esses cinco novos subtipos são responsáveis por um acréscimo de 20% dos casos de câncer de colo de útero, além dos 70% causados pelos 4 subtipos contidos na vacina quadrivalente. Os 9 subtipos de vírus também são responsáveis por 85% dos casos de câncer vaginal.

Anticorpos de defesa

A diretora médica da MSD, Marcia Datz Abadi, lembra que a vacinação contra o HPV é mais efetiva quando ocorre na infância, por induzir a produção de mais anticorpos e garantir a proteção contra o vírus antes do contato com o mesmo, reduzindo, também, a transmissão.

“A vacinação de meninas e meninos contra o HPV é um avanço significativo no caminho para a erradicação do câncer de colo de útero, mas ainda é recente. Há uma geração inteira de mulheres, hoje em idade adulta, que não tiveram acesso à vacina quando adolescentes”, afirma Marcia.

Por se tratar de uma infecção sexualmente transmissível (IST), os tabus em torno do HPV e a falta de informação sobre sua relação com o desenvolvimento de tumores faz com que muitas mulheres cheguem ao consultório com lesões em estágio avançado.

De acordo com Marcia, na maioria dos casos, essas lesões são causadas por infecções persistentes que não foram diagnosticadas ou tratadas adequadamente e acabaram evoluindo.

“Como, na maioria das vezes, esse tipo de tumor não apresenta sintomas nos estágios iniciais, muitas mulheres recebem o diagnóstico quando o câncer já está avançado”, diz a profissional.

A médica destaca que a vacinação contra o HPV, associada ao rastreamento de lesões pré-cancerosas em mulheres por meio do exame Papanicolau, pode reduzir significativamente a incidência do câncer cervical.

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