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Campanha chama atenção para mortalidade materna e neonatal no Brasil

Dados da OMS mostram que a taxa de mortes de mães e bebês logo após o parto aumentou com a pandemia da Covid-19

atualizado

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Mariana Raphael/Saúde-DF
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1 de 1 hrc ensaio fotográfico bebes prematuros - Foto: Mariana Raphael/Saúde-DF

O Brasil ocupa um lugar desconfortável no ranking mundial de crianças que nascem prematuras. O país, que registrou, só em 2019, 300 mil nascimentos prematuros, está em décimo na lista que abrange países de todo o mundo. Dados do governo federal e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que 11,7% dos partos brasileiros ocorrem antes das 37 semanas de gestação.

A mortalidade neonatal também é preocupante no país, como afirmou o presidente da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), Victor Grabois, em entrevista à Agência Brasil. “A mortalidade materna, em particular, é um gravíssimo problema de saúde pública. Esse é um problema importante no mundo, mas a maior parte dos entraves está nos países em desenvolvimento e de baixa renda”, declarou.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 830 mulheres morrem todos os dias por causas evitáveis relacionadas à gravidez e ao parto no mundo todo. Por ano, 2,5 milhões de bebês morrem logo após o nascimento.

Com a pandemia do novo coronavírus, o cenário piorou. Segundo dados do Observatório Obstétrico Brasileiro, o número de óbitos aumentou neste ano. Se em 2020 a média foi de dez mortes maternas por Covid-19 a cada 100 mil nascidos vivos em cada semana epidemiológica, em 2021 o número chegou a 38 mortes de mães a cada 100 mil nascidos vivos.

E as causas das mortes das mães, nesses casos, poderiam ser evitadas, segundo afirmou o presidente da Sobrasp. “São mortes por eclâmpsia, por pressão elevada, por infecção, por hemorragia pós-parto, que são preveníveis. Toda morte materna é um evento sentinela, demanda uma investigação específica e, o que é mais grave: uma boa parte, de fato, é evitável”, explicou Grabois.

Neste mês, uma iniciativa pretende conscientizar a sociedade civil e órgãos de saúde sobre o tema. Atendendo a uma orientação da OMS, cerca de 50 entidades e organizações de saúde criaram a Aliança Nacional para o Parto Seguro e Respeitoso. Com o tema “Cuidado materno e neonatal seguro”, o grupo sai em defesa do atendimento adequado às gestantes e aos neonatos, para reduzir a mortalidade materna no Brasil. A escolha do tema aconteceu em alusão ao Dia Mundial da Segurança do Paciente 2021, celebrado nesta sexta-feira (17/9).

Para chamar atenção da data, vários monumentos no país serão iluminados com a cor laranja, como o Cristo Redentor, o Maracanã, os Arcos da Lapa e o Castelo Mourisco, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro; o Palácio de Karnac e o prédio do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí, em Teresina; a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal; o Palácio dos Leões, em São Luís; o Hospital Regional Wenceslau Lopes, em Piancó, e o Hospital Regional de Cajazeiras, ambos no sertão da Paraíba; o Hemocentro da Universidade de Campinas, em Campinas, e o Elevador Lacerda, em Salvador.

As entidades que integram a Aliança Nacional para o Parto Seguro e Respeitoso também irão lançar, nos próximos dias, uma carta-compromisso para pedir união entre as autoridades nacionais e estaduais na luta contra a mortalidade materna e neonatal.

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