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Aquecimento dos mares favorece infecções bacterianas, diz estudo

Estudo dinamarquês observou que os casos de infecções por bactérias nocivas foram mais comuns nos anos de maiores temperaturas marítimas

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imagem colorida de Bacteria Vibrio vulnificus no microscópio
1 de 1 imagem colorida de Bacteria Vibrio vulnificus no microscópio - Foto: Getty Images

Nos últimos meses, o número de casos de infecções por bactérias carnívoras, como a Vibrio vulnificus e Shewanella, tem aumentado. A incidência de episódios pode estar relacionada com o aquecimento global, que aumenta a temperatura dos mares e favorece a proliferação dos patógenos, que antes era rara.

Um estudo dinamarquês publicado em março deste ano acompanhou as infecções por Vibrio e Shewanella em humanos entre 2010 e 2018 no país europeu e constatou que a maioria dos casos ocorreu em anos nos quais as temperaturas da água do mar estavam elevadas.

Segundo o estudo, publicado no site do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, os verões mais quentes foram os de 2014 e 2018, quando as temperaturas mais altas dos mares foram respectivamente 17 °C e 22 °C.

Em 2014, cerca de 220 pessoas foram diagnosticadas com uma das bactérias. Já em 2018, o número de casos subiu para 300. Os anos de 2012 e 2017 foram os de menores temperaturas e tiveram menos pacientes contaminados.

“Além disso, conseguimos mapear que a maioria dos casos infecciosos aconteceu em áreas geográficas onde o mar tem baixa salinidade”, acrescenta o documento. A equipe, porém, não soube explicar como exatamente as altas temperaturas podem favorecer as infecções, apenas aponta que existe uma relação.

Imagem colorida de três gráficos que contém números mostrando relação entre temperaturas e infecções por bactérias - Metrópoles
O ano de maior temperatura marítima foi 2018, quando o número de casos por infecções foi proporcionalmente maior

A coleta de dados aponta que a maioria das pessoas infectadas nos anos analisados eram idosos e crianças, geralmente do sexo masculino. Os cientistas acreditam que esses indivíduos são mais suscetíveis a lesões, e os patógenos usam feridas e machucados como porta de entrada para o organismo humano, tornando-o mais vulnerável.

Além de feridas, as bactérias podem entrar no corpo por meio dos ouvidos durante mergulhos – nesses casos, o microrganismo teria um caminho mais curto para chegar ao cérebro do indivíduo.

“O objetivo do nosso estudo foi descrever a distribuição das infecções por Vibrio e Shewanella na Dinamarca entre 2010 e 2018. A próxima etapa é investigar uma possível correlação entre as infecções e a temperatura da superfície do mar”, destaca a pesquisa.

Complicações das bactérias

As bactérias Vibrio vulnificus e Shewanella são encontradas em espécies marinhas, mas podem infectar peixes de rios em casos raros. Os patógenos normalmente são eliminados em qualquer processo de cozimento ou mesmo durante o congelamento, mas, quando ingerido por humanos, podem levar a graves complicações.

Recentemente, a americana Laura Barajas, 40, sofreu uma grave infecção após comer uma tilápia mal cozida em casa no início de agosto deste ano. O quadro causado pela bactéria Vibrio vulnificus foi tão grave que os médicos precisaram colocá-la em coma induzido e ela teve os quatro membros amputados para evitar o avanço da infecção.

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