Beber café pode proteger cérebro do Parkinson, sugere pesquisa
Tomar café com frequência pode aumentar subprodutos de cafeína no sangue e retardar o desenvolvimento de demências como o Parkinson
atualizado
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Você não dispensa um pouco de café todos os dias? Saiba que o hábito pode ajudar a proteger o cérebro contra o Parkinson. Um estudo feito por especialistas em nutrição pública apontou uma relação inversa entre o hábito de tomar café e a probabilidade de aparecimento da doença.
A investigação foi divulgada na revista Neurology em abril deste ano e é o maior comparativo já feito entre os hábitos de ingestão de cafeína e o surgimento de Parkinson. Foram pesquisados os hábitos alimentares de 184 mil indivíduos ao longo de 13 anos para entender a ponte entre uma coisa e outra.
Outros estudos menores já apontaram que quanto mais café é bebido menor a chance de a pessoa desenvolver a doença. Porém, as pesquisas não tinham conseguido indicar se o fenômeno era apenas uma casualidade ou se, de fato, acontecia por causa de substâncias presentes na bebida.
O que o estudo recém-divulgado esclarece é que, ao analisar os níveis dos metabólitos primários da cafeína no sangue, é possível entender que, quando processados pelo organismo, os derivados da substância (paraxantina e teofilina) ajudam na proteção do cérebro.
Como o café combate o Parkinson?
O Parkinson atinge cerca de 10 milhões de pessoas no mundo. Indivíduos com a condição neurodegenerativa têm acúmulos de proteínas no cérebro que levam à demência progressiva.
Como o café possui substâncias psicoativas, ele favorece o trabalho dos neurônios, impedindo a deterioração gradual na função das células. As células degradadas causam o acúmulo de proteínas que impedem as outras de realizar seu trabalho. É como sugere o dito popular: a inatividade da mente pode ser um terreno fértil para os males, e a cafeína mantém o cérebro trabalhando.
“Desvendar a ação biológica da cafeína no Parkinson não só traz implicações importantes para a saúde pública, mas também melhora a nossa compreensão da doença e nos ajuda a promover estratégias de prevenção”, escrevem os pesquisadores.
Porém, os cientistas não conseguiram determinar se existe alguma quantidade de cafeína que possa ser recomendada como ideal para o público geral.
A pesquisa foi dividida em duas etapas, a primeira comparando hábitos de consumo de café em bancos de dados nutricionais de pacientes de seis países europeus. A segunda parte, mais direta, analisou exames de sangue em 351 pessoas com Parkinson inicial e outras 351 de grupo-controle.
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