Café pode contribuir para prevenção do Alzheimer, diz pesquisa
Pesquisadores da Universidade de Verona, na Itália, apontam que o café possui substâncias capazes de prevenir a doença neurodegenerativa
atualizado
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Além de ser uma bebida energizante, o café pode contribuir para a prevenção do Alzheimer, de acordo com um estudo italiano. Segundo a pesquisa, publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry na última quarta-feira (19/7), a concentração do extrato da bebida é capaz inibir a agregação da proteína tau, associada ao desenvolvimento da doença.
O Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo. Ele começa quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começam a dar errado, o que gera fragmentos tóxicos dentro dos neurônios e no espaço entre eles.
A tau é uma das proteínas cujo processamento entra em falha. Logo, ela se concentra dentro dos neurônios e torna-se tóxica às funções do sistema nervoso. Cientistas acreditam que prevenir o Alzheimer passa por evitar a concentração da substância.
Os pesquisadores da Universidade de Verona, na Itália, passaram a buscar formas de evitar o acúmulo de tau e chegaram na composição do grão de café, que possui substâncias como cafeína, genisteína, teobromina e trigonelina.
A pesquisa, chefiada pela professora Mariapina D’Onofrio, utilizou doses de café expresso para entender melhor os componentes. As amostras das substâncias que fazem parte do café e o extrato completo da bebida foram incubados com uma porção de proteína tau por 40 horas a 37º.
Quando a concentração de extrato de café expresso, cafeína ou genisteína, aumentava, as fibrilas (agrupamentos da proteína tau), eram mais curtas e não se acumulavam. Verificou-se ainda que as proteínas encurtadas não eram tóxicas aos neurônios.
Em outra fase da pesquisa, foi observado que a cafeína e o extrato da bebida energética poderiam se ligar às fibrilas de tau pré-formadas e evitar que elas se juntassem — o quadro está relacionado ao desenvolvimento de doenças cognitivas.
Segundo a equipe de pesquisadores, mais estudos são necessários para determinar se de fato o café terá efeito na prevenção ao Alzheimer, mas as descobertas podem abrir caminho para encontrar ou projetar outros compostos bioativos contra doenças neurodegenerativas.
Qual a quantidade ideal de café?
Os pesquisadores estipularam uma quantidade de bebida energética para garantir que seus elementos ultrapassem a estrutura que regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central e, assim, proteger os neurônios.
“Um consumo moderado de café expresso de 2 a 3 xícaras por dia (40 mL/xícara) fornece cerca de 250 mg de cafeína e 25 μg de genisteína, além de vários outros compostos bioativos. As substâncias podem atravessar a barreira hematoencefálica por meio de diferentes mecanismos e exercem efeitos neuroprotetores”, destaca o estudo.
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