Butão adia vacinação contra Covid-19 à espera de data astrológica
Imunizantes foram doados pela Índia, mas governo decidiu esperar mais de um mês para aplicar as doses na população
atualizado
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Em janeiro, o Butão, um pequeno país asiático, recebeu 150 mil doses da vacina de Oxford/AstraZeneca como doação feita pela Índia — as duas nações são vizinhas. Porém, apesar de terem em mãos os imunizantes tão desejados pelo mundo inteiro, as autoridades sanitárias decidiram esperar por uma data astrológica para começar a campanha de vacinação.
Segundo os monges budistas, a população só poderia ser imunizada a partir de 13/3. Enquanto se esperava a data, o país recebeu mais um carregamento de 400 mil doses. Apenas em 23/3, os monges deram o sinal verde para o início da vacinação, mas não sem alguns rituais.
A campanha só pôde começar às 9h30 da manhã, a primeira pessoa a receber a vacina foi uma mulher que nasceu no ano do macaco e a dose foi administrada por uma enfermeira que nasceu no mesmo ano. Cantos budistas foram entoados e lanternas foram acesas.
Em duas semanas, 93% da população adulta do Butão (472 mil pessoas) foi imunizada com a primeira dose. Pessoas de 18 a 104 anos foram imunizadas, e times tiveram que atravessar as montanhas do Himalaia para entregar doses para seis vilarejos. Helicópteros foram usados para levar a vacina a comunidades isoladas pela neve.
Bhutan didn’t come to play. pic.twitter.com/vaiaTUKFMI
— Engineers for PH 🇵🇭 (@EngrsOfMNL) April 10, 2021
O rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck afirmou que só receberá a vacina depois que todas as pessoas do país forem imunizadas, o que tem agilizado a campanha — a população quer se vacinar logo, para que o rei seja protegido o mais rápido possível.
A vacinação rápida foi essencial para pressionar a Índia, já que agora é preciso entregar a remessa de imunizantes para a segunda dose.
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