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Burnout pode modificar e enfraquecer o cérebro, afirma especialista

O burnout pode afetar a capacidade de prestar atenção e reter memórias, dificultando o aprendizado e aumentando o risco de erros

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Imagem colorida mostra não apontando com caneta para exame de ressonância magnética de cérebro estado catatônico - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra não apontando com caneta para exame de ressonância magnética de cérebro estado catatônico - Metrópoles - Foto: haydenbird/GettyImages

Nos últimos dois anos, trabalhadores foram submetidos a um elevado nível de estresse. Muitos foram obrigados a estenderem sua jornada de trabalho em casa para manter a produtividade que tinham presencialmente.

O excesso de atividades desequilibrou os limites entre a vida pessoal e profissional e fez muitas vítimas da síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento mental.

Os principais sintomas que apontam o surgimento da doença são falta de energia, alterações repentinas de humor e negatividade. Segundo os especialistas da Yale School of Medicine, permanecer nesse estado por muito tempo pode causar alterações na estrutura do cérebro e enfraquecê-lo, contribuindo com o aparecimento de doenças mentais e físicas.

“O burnout te deixa facilmente irritável, desmotivado, sem esperança e auto destrutivo. Compreender como seu cérebro reage ao esgotamento pode ser útil, pois mostra às pessoas que muitas de suas reações fazem parte de um “fenômeno natural””, afirma Amy Arnsten, neurocientista da Yale em entrevista à CNN Internacional.

Recentemente, os pesquisadores conseguiram capturar o que acontece com o cérebro de pacientes portadores da síndrome. De acordo com eles, um dos efeitos mais marcantes é o afinamento da massa cinzenta de uma área do cérebro chamada córtex pré-frontal, responsável pela formação de metas e implementação de planos. A região também é responsável por comportamentos, pensamentos e expressão da personalidade.
Ao enfraquecer essa área, o esgotamento pode afetar nossa capacidade de prestar atenção e reter memórias, dificultando o aprendizado de coisas novas e aumentando o risco de erros. O estresse crônico também pode aumentar a amígdala, parte do cérebro responsável por nossa resposta de “luta ou fuga” quando em perigo.
Amy Arnsten explica que, ao mesmo tempo que o córtex pré-frontal fica mais fraco e mais primitivo, os circuitos cerebrais que geram emoções como o medo ficam mais fortes. “Você começa a ver o mundo como prejudicial mesmo quando não é”, pontua a neurocientista.

Recomendações

Para o grupo de estudo da Yale, o melhor caminho é cuidar de si mesmo. Se você estiver sofrendo com o esgotamento mental, tire algumas horinhas de soneca diariamente, peça folga ou ligue para dizer que está doente. Tente fazer atividades saudáveis ​​como parte desse autocuidado, como comer alimentos ​​sem alto teor de açúcar e praticar atividades físicas.

“As pessoas costumam buscar o álcool para aliviar o estresse, mas, na verdade, ele faz você se sentir pior no dia seguinte. Recorra as atividades mais saudáveis ​​como exercícios e meditação, que lhe dão perspectiva”, orienta a neurocientista.

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