Brasilienses são vacinados nos EUA: “Alívio e tristeza pelo Brasil”
Victor Costa e Isabella Bernardes, ambos com 29 anos, vivem na Flórida e receberam a vacina contra a Covid-19 neste sábado (10/4)
atualizado
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Enquanto a maioria dos estados brasileiros ainda está vacinando idosos na faixa dos 60 a 70 anos, a situação nos Estados Unidos é diferente. Neste sábado (10/4), Victor Costa e Isabella Bernardes, ambos com 29 anos de idade, receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech. O casal brasiliense vive há seis anos em Orlando, na Flórida.
Assim como no Brasil, a vacinação nos EUA foi dividida por faixas etárias. Antes de receber a dose, Victor conta que é preciso preencher um cadastro no site do governo, informando, entre outras coisas, o endereço de residência e a idade.
“Dependendo da logística de cada estado, mesmo que você não esteja dentro da faixa etária programada, é possível ir a alguns pontos de vacinação e, se houver alguma sobra da vacina, eles aplicam em outras pessoas“, detalha o publicitário. “Mas é preciso mostrar um documento com foto e comprovar residência no país.”
A vacina para maiores de 18 anos foi liberada na Flórida no início de abril. O casal do DF completou o cadastro e aguardou orientações do governo do estado, que enviou posteriormente a data e o horário em que eles seriam imunizados. “Recebemos tudo por e-mail e fomos ao local de vacinação. Tudo estava muito organizado, com o exército e vários profissionais trabalhando no processo”, descreve.
Victor e a esposa foram vacinados no método drive-thru, em que as pessoas não precisam sair do carro para receber a dose. “Por causa do cadastro, quando chegamos lá, eles já sabiam que era a nossa vez”, relata Victor. Todo o processo, da confirmação dos dados do casal à vacinação propriamente dita, não levou mais do que 30 minutos.
A segunda dose do casal está programada para o dia 1º de maio. Dividido entre a alegria e a apreensão pela lentidão da campanha de vacinação contra a Covid- 19 no Brasil, Victor conta que, por mais que a pandemia assuste, as medidas do governo dos EUA para conter o avanço do coronavírus e de suas variantes deram tranquilidade à família.
“Desde o início da pandemia, vimos que o governo criou medidas e leis que obrigam o uso de máscaras em locais fechados, que existem até hoje, por exemplo. Vemos o comércio aceitando essas medidas e a população também cobra esse respeito. Então, desde o início, tive tranquilidade em atravessar esse período”, conta.
O casal tem dois filhos nascidos nos Estados Unidos, Liam, 2 anos e Emma, 11 meses. O nascimento da filha mais nova, inclusive, ocorreu no início da pandemia, em abril de 2020. Na época, Victor relatou ao Metrópoles todo o processo do nascimento da criança, que envolveu rígidas medidas de prevenção por parte dos pais, do hospital e dos profissionais de saúde que realizaram o parto.
“Tivemos que usar máscaras o tempo todo. Minha mulher fez o parto normal, usando máscaras, e os médicos que fazem as visitas nos quartos, a toda hora, exigiam o uso dos equipamentos de proteção”, contou o pai. “Vivemos momentos de muita incerteza.” Agora, a preocupação principal, segundo Victor, é com a família que ficou no Brasil.
“Vemos essa guerra entre governo federal, governadores e judiciário e sabemos que, no final, pessoas inocentes acabarão morrendo não só por falta de informação, mas de respeito também. Ficamos felizes por termos passado por essa pandemia de forma organizada, mas ficamos tristes porque observamos esse descontrole no nosso país de origem”, lamenta.
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